A Festa dos Tabuleiros é a celebração mais importante da cidade de Tomar, Portugal e uma das maiores e mais antigas do país, sendo a Festa que atrai mais visitantes em Portugal, cerca de meio milhão de pessoas apenas no dia do Cortejo dos Tabuleiros.
É também considerado um dos maiores Festivais do Mundo, tendo adquirido estatuto e fama internacional, sendo hoje em dia um dos ícones culturais de Portugal.
Também conhecida como a Festa do Espírito Santo, realiza-se de 4 em 4 anos, no início do mês de julho.
Tradicionalmente, o tabuleiro é transportado por uma rapariga vestida de branco e terá de ter a altura da mesma.
Este é decorado por flores de papel colorido, espigas de trigo, 30 pães, de 400gr cada, enfiados em canas que saem de um cesto de vime evolvido por um pano banco bordado.
O topo do tabuleiro é ainda composto por uma coroa encimado pela Cruz de Cristo ou a Pomba do Espírito Santo.
Acredita-se que se trata de uma das mais antigas festas do nosso país remontando às festas do imperador, instituídas por D. Dinis e pela Rainha Santa Isabel, no quadro do culto do Espírito Santo.
Têm também a ver com práticas ancestrais de entrega das primícias das colheitas a Deusa Ceres e de celebração da fertilidade da terra.
E há ainda uma componente mais recente, também presente nas Festas dos Açores, com o seu quê de inspiração franciscana, de celebração igualitária da fraternidade e da partilha dos frutos da terra: o bodo e a ceia comum. Segundo alguns autores a sua origem encontra-se nas festas de colheitas à deusa Ceres.
Repare-se que Tomar era sede Templária, e a ordem do Templo sempre foi acusada pela inquisição de desvios doutrinários, senão de heresia, até ser extinta pelo Papa Clemente V em 1307.
Os símbolos do Espírito Santo estão bem presentes no alto tabuleiro que as raparigas transportam no cortejo: no topo a pomba e a coroa e de alto a baixo os pães enfiados em cana (aos quais se atribuíam virtudes milagrosas), flores de papel (tradicionalmente, papoilas) e, ainda, espigas.
No século XIX encontram-se referências às festas do Espírito Santo, e até 1895 fazia-se o cortejo anual à Sexta-feira, por alturas do dia 20 de Junho. Depois de 1914, passou a fazer-se ao Domingo.
A antiga tradição do sacrifício dos bois, cuja carne seria depois distribuída por todos (como acontecia no penedo, após a tourada à corda), manteve-se até 1895.
A partir de 1966, os bois do Espírito Santo voltaram ao cortejo, mas agora só com funções simbólicas.
A construção do tabuleiro
1: O aparar das pontas das canas para entrarem melhor no entrançado do cesto.
O Cesto deve ser posto de molho 12 horas antes.
Para que as canas entrem mais facilmente no tabuleiro e, para que depois destas estarem secas, fiquem mais firmes.2: O fixar das canas ao cesto colocadas a igual distância.
Para que as canas entrem mais facilmente no tabuleiro e, para que depois destas estarem secas, fiquem mais firmes.2: O fixar das canas ao cesto colocadas a igual distância.
Canas flexíveis e resistentes, colhidas próximo da maturação.3: Colocadas as canas, o espetar do 1º pão. Pães de 400 gr, tipo "tabuleiros", alongados e roliços, com cintura como se vê na gravura nº4.4: Os primeiros 15 pães já estão colocados.5: Todos os pães colocados.6: O colocar da coroa.7: Coroa já colocada.8: O atar da coroa às canas.9: A travagem de pão a pão.10: Outra fase da travagem.11: Travagem concluída e ponta das canas que sobressaem já cortadas.12: Colocação do arame grosso, desde a coroa ao cesto, passando pelo cruzamento das canas de travagem.
Este arame é dispensável se a travagem pão a pão ficar bem firme.13: Ornamentando a coroa.
A Coroa tanto pode ser enfeitada com papel, a condizer com a ornamentação geral do tabuleiro, como pintada a dourado ou a prateado.14: Colocação da verdura (neste tipo de ornamentação).15: Preparando os raminhos de flores.16: Colocação dos raminhos.17: O acabamento da ornamentação da coroa, antes da colocação da pomba.18: Já totalmente ornamentado, com a pomba colocada e a toalha a envolver o cesto.
Nota: A Pomba do Espírito Santo é a preferência; mas admite-se a sua substituição por uma cruz, muito especialmente a Cruz de Cristo.
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