Conservadores gregos do Nova Democracia não conseguiram formar governo; será a vez da dissidência do Syriza tentar obter maioria
O ex-ministro de Finanças da Grécia, Yanis Varoufakis afirmou, neste domingo (23/08), que a “primavera” grega, representada pela chegada do partido de esquerda Syriza ao poder no começo do ano, foi “esmagada” “não por tanques, mas pelos bancos” e questionou: “para que enviar tropas se podem enviar a troika [Comissão Europeia, Banco Central Europeu e FMI] cada mês?”.
As declarações foram feitas durante discurso na Festa da Rosa de Fragny, organizada pela ala à esquerda do PS (Partido Socialista Francês), da qual participa para apresentar sua proposta para a criação de “uma rede europeia de progressistas” que, segundo ele, pretende democratizar a União Europeia.
Agência Efe
"Tsipras me elegeu porque eu me opunha (ao resgate), agora que ele aceitou a lógica que rechaço, não posso ser candidato"
"Tsipras me elegeu porque eu me opunha (ao resgate), agora que ele aceitou a lógica que rechaço, não posso ser candidato"
E considerou que o novo resgate, acordado no último 13 de julho, “foi uma enorme bofetada na democracia europeia. A história julgará com muito rigor o que ocorreu neste dia e em particular a nossos líderes que persistem com essa farsa.
Varoufakis disse também que o ministro alemão de Finanças, Wolfgang Schäuble, insistia que eleições não podem obrigar a uma mudança de política. “Se as eleições não podem mudar nada, teria que ter escrito isso nos tratados da União Europeia”, ironizou ao acrescentar que propusera a inclusão de uma cláusula dizendo que “a democracia é suspensa”.
Para ele, é preciso “relançar o diálogo e restabelecer o que se perdeu completamente, a democracia”.
Com relação a uma possível participação nas eleições que serão realizadas provavelmente dentro de um mês no país, ressaltou que não será candidato pelo Syriza que “está adotando a doutrina irracional”.
Eleições
A respeito das eleições, que terão que ser convocadas após a renúncia do premiê Alexis Tsipras, os conservadores gregos Nova Democracia esgotaram, neste domingo, o mandato para formar um governo.
Agência Efe
Líderes do União Popular Prokopis Pavlopoulos e do Nova Democracia Evangelos Meimarakis em reunião
Líderes do União Popular Prokopis Pavlopoulos e do Nova Democracia Evangelos Meimarakis em reunião
O mandato será entregue agora pelo presidente grego, Prokopis Pavlopoulos, ao novo ator no cenário político grego e terceira força do país, ao Unidade Popular, o partido nascido da divisão do Syriza e liderado pelo ex-ministro da Energia Panayotis Lafazanis.
Para conseguir formar um Executivo são necessários, pelo menos, 120 deputados, algo que só pode ser conseguido com o apoio do Syriza.
Segundo os jornais gregos, a eleição deve ocorrer em 20 de setembro, mas data ainda terá que ser confirmada.
operamundi.uol.com.br
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