Jerónimo de Sousa, acusou neste domingo o PS de estar "mudo e quedo" em termos de programa eleitoral sobre a dívida pública portuguesa, questionando quais as propostas socialistas.
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, acusou neste domingo o PS de estar “mudo e quedo” em termos de programa eleitoral sobre a dívida pública portuguesa, questionando quais as propostas socialistas na política financeira. “Para além das declarações de diferenças de método, diferenças de ritmo, de grau, temos de dizer isto: em relação ao problema da dívida, que aumentou brutalmente em 50 mil milhões nestes quatro anos, o PS o que diz? Coisa nenhuma”, afirmou Jerónimo de Sousa durante um almoço-convívio em Tábua, distrito de Coimbra.
No discurso, Jerónimo de Sousa acusou ainda o PS de se estar a “demitir” da “questão central” dos condicionamentos impostos pelo tratado orçamental – que, segundo o líder do PCP, impõe a redução do défice “a zero” e que com o pagamento da dívida “monstruosa” (que a CDU quer renegociar) irá consumir os recursos necessários ao investimento e crescimento da economia – criticando ainda a “proposta peregrina” socialista para a Segurança Social, com a redução da Taxa Social Única (TSU), os descontos que os trabalhadores fazem.
“Até parece uma grande oferta, todos aqueles que puderem descontar menos, olham para o fim do mês e veem mais uns trocos no bolso, é bom. Só que o Partido Socialista não diz uma coisa que tinha obrigação de dizer, é que quando os atuais trabalhadores forem para a reforma, a reforma vai valer menos, será desvalorizada porque [o trabalhador] não descontou a Taxa Social Única que era devida”, argumentou.
“Ou seja, querem enganar os trabalhadores, os futuros reformados”, frisou Jerónimo de Sousa, que perguntou se o PS pretende “uma rutura” com o que disse ser o atual “caminho para o desastre” que tem determinado a vida nacional, uma mudança “de um partido que se afirma de esquerda mas está continuamente a executar a política de direita”.
O governo de coligação PSD/CDS-PP também foi alvo de críticas por, nos últimos quatro anos, “em que mais 700 mil portugueses caíram em risco de pobreza”, ter considerado o aumento da pobreza em Portugal como “uma consequência” da crise .
“[Dizem que] foi necessário, as vezes cinicamente até dizem ‘agradecemos muito aos portugueses o sacrifício que fizeram’. Tenham vergonha, porque os portugueses não lhes agradecem nada”, sublinhou Jerónimo de Sousa, avisando que o Governo, hoje, vem dizer que o país está “em vésperas de dias radiosos”.
“Só falta dizer que vamos entrar na terra do leite e do mel”, ironizou.
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