des connardes et connasses
Já por aqui o tenho dito e não é agora que vou dar o dito por não dito: não gosto das modas e bordados da Joaninha, nem das piscinas cheias de portugalidade, nem dos candeeiros prenhes de sensualidade, nem dos sapatos entachados, que se lixe o kitsch, a fama da Joaninha que já vai longe, o génio e o engenho da Joaninha pois em terra de cegos, já se sabe, quem tem olho é rainha. Desta feita, em conluio com a polícia, salvo seja, aparece-nos com o boné de um deles revestido, travestido por um primoroso naperon em croché. A Joana, a cocq luxe do regime que acaba de recriar o galo de Barcelos e até já tem Fundação e tudo, daquelas que contam com benefícios do Estado, daquelas que iam acabar, as supérfluas, as inúteis, a Joana, dizia eu mas perdi-me diante de tão ofuscante beleza, devia agora desenhar as novas fardas da polícia. Com rendas antigas, preservativos usados, jornais velhos, laçarotes, papelotes, garrafas de plástico, sacos de plástico, cascas de fruta, cascos de vasilhame, cacos e cacas, tudo menos tachos porque, ao vulgar agente da autoridade, nunca calham tais metais, nem nobres nem vis, até porque não são recicláveis - os únicos que merecem por humilde condição -, mas multiplicáveis. Para gáudio da Joaninha que, assim, fica com inesgotável matéria-prima para tanta obra-prima que prima em criar tão ao gosto da prima da minha prima que é de um mau gosto de fugir e só parar no Samouco para meter água e lavar a vista com vista para o Tejo.
É a minha opinião. Pode haver outras. De marchands d'art, connoisseurs, connardes, connasses.
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