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sexta-feira, 29 de maio de 2015

“300 euros chega para viver na Grécia”, disse o enviado do FMI aos patrões do comércio

“300 euros chega para viver na Grécia”, disse o enviado do FMI aos patrões do comércio

Poul Thomsen (à direita) com Vítor gaspar (de costas). Foto Conselho de Ministros da Zona Euro


Vassilis Korkidis liderava os patrões do comércio quando o governo assinou os memorandos com a troika. Hoje revelou aos deputados um episódio ocorrido num encontro com Poul Thomsen, representante do FMI e Klaus Mazouch, do Banco Central Europeu, em dezembro de 2011.
Nesse encontro na sede da Confederação Nacional do Comércio, ouviram a exigência dos homens da troika para um corte no salário dos trabalhadores gregos. Korkidis diz ter defendido que o país tinha pouca margem para cortar salários,  fazendo uma comparação dos salários de então com os praticados noutros países europeus, para mostrar que já eram dos mais baixos.
A resposta de Poul Thomsen deixou-o perplexo: “– Você está enganado, tem de comparar é com os salários dos países do sudeste europeu e dos Balcãs, que é onde pertencem”. Prossegue Korkidis: “E quando lhe perguntei a opinião sobre quanto deveria ser o salário, respondeu-me: ‘– 300 euros chega para viver na Grécia’. Aí tive de lhe perguntar quanto é que ele ganhava…”, relatou o ex-lider do patronato do comércio aos deputados da comissão.
Vassilis Korkidis reconheceu que “foram cometidos erros trágicos” na negociação e aplicação do memorando. Mas embora critique os políticos no poder por “terem ido a correr assinar o memorando”, disse não acreditar “que algum político queira fazer mal ao seu país”.
A comissão de inquérito aos memorandos da troika tem por objetivo apurar as circunstâncias e as responsabilidades sobre a forma como foi ditada ao anterior governo uma política que arrasou a economia e a sociedade grega desde o início da década.

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