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terça-feira, 5 de junho de 2012






Passos Coelho deixa aviso: quem mentir sai

Passos Coelho deixa aviso: quem mentir sai
Envolvimento de Relvas no caso do espião incomoda Governo. PM segura ministro: 
"no contexto suscitado" não vê problema
Passos Coelho reafirmou a confiança política no ministro-adjunto, mas foi criterioso nas palavras.
Confrontado com as notícias de que Miguel Relvas recebeu de Silva Carvalho, ex-chefe do SIED, 
um plano de reforma das secretas, 
o primeiro-ministro disse essencialmente duas coisas: 
que já falou "várias vezes" com o ministro sobre o assunto em causa, 
e que "no contexto em que o caso foi suscitado na imprensa" 
não vê "nenhum problema". 
O temor, nas altas esferas do Governo, é que o contexto se alargue e que o caso 
das secretas ainda tenha mais lenha política para arder.
O mal-estar que o ressuscitar do caso provocou em S. Bento foi indisfarçável. 
O primeiro-ministro quis saber que informações foram, 
afinal, enviadas por Silva Carvalho a membros do Governo. E não escondeu a irritação pelo facto de, em janeiro, quando o "Público" 
noticiou os contactos entre o espião entretanto contratado pela Ongoing e Miguel Relvas, isso ter sido desmentido 
e agora voltar a aparecer nas páginas dos jornais.
Passos tem uma frase que já repetiu várias vezes no seu inner circle: "Se um membro do Governo mentir, deixa de ser governante".
E, esta semana, a máxima do primeiro-ministro foi relembrada ao Expresso a propósito do novo abalo que o tema secretas/ 
poder político veio provocar no Governo.
O facto de Miguel Relvas ser a trave-mestra da coordenação política do Governo rodeia este caso de uma importância política suplementar. 
Ter o ministro-adjunto envolvido em notícias sobre processos judiciais que não se sabe quando nem como vão terminar é algo 
que pode desgastar a imagem do próprio Governo.
Sobretudo porque um ministro-adjunto obrigado a justificar--se publicamente 
ou a estar mais concentrado em questões laterais 
à agenda central do Executivo é algo que, 
além de fragilizar o próprio, pesa mais num Governo pequeno como o que Passos escolheu ter. 
"É como não ter pneu sobresselente", 
afirma um dirigente da maioria.
A preocupação nas hostes é indisfarçável, nomeadamente no CDS, 
onde há quem recorde a frase 
que Paulo Portas gostava de dizer na campanha: 
que não o motivava um governo de Relvas e Marcos Antónios. 
Marco António Costa é, com Miguel Relvas, o segundo nome do Governo escolhido 
por Silva Carvalho para destinatários das suas tentativas de incursão nas altas esferas poder. 
E embora ambos neguem em absoluto ter dado 
qualquer seguimento a qualquer diligência do espião, o simples facto de os seus nomes 
surgirem na lista dos contactos do ex-homem-forte do SIED 
é tudo o que o primeiro-ministro menos queria ter de gerir nesta altura.
"O PM nunca gostou de Silva Carvalho", afirma um dos seus mais próximos colaboradores.
Convicto, no entanto, de que o primeiro-ministro não irá, 
mais uma vez, precipitar 
nenhuma revolução nos serviços secretos.
Júlio Pereira aguenta-se
Passos mantém a confiança em Júlio Pereira e não deverá mudar 
tão depressa o secretário-geral do SIRP 
(Serviços de Informação da República Portuguesa).
Ao que o Expresso apurou, o primeiro-ministro 
entende que Júlio Pereira fez o que tinha a fazer, 
ou seja, propôs a exoneração do agente das secretas que o 
Ministério Público diz ter continuado a dar informações dos serviços a Silva Carvalho, já depois deste estar na Ongoing.
Tendo o 2º agente envolvido no caso tomado a iniciativa de sair.
Para já, o PSD prepara-se para apresentar no Parlamento projetos de lei 
que reforcem o segredo de Estado e a fiscalização das secretas, 
tema que será sempre para consensualizar com o PS.
Antes de mexer nisto e na estrutura dos próprios serviços secretos, 
o PM preferirá, para já, não fazer rolar mais cabeças.
Expresso

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