As autoavaliações dos amigos de Gaspar
Troika considera que Portugal está a cumprir o programa de ajustamento. Trata-se, na realidade, de mais umaautoavaliação, já que este é o seu governo. Trata-se de uma autoavaliação que confirma uma das principais missões do programa: consolidar uma economia sem qualquer pressão salarial, uma economia de salários cada vez mais baixos, de empregos cada vez mais precários e de desemprego duradouramente elevado. Um milhão de desempregados e rondas sucessivas de eliminação de direitos laborais consolidarão uma estrutura que diz tudo sobre o euro e o lugar das periferias. O desemprego, que duplicou em resultado da crise e da austeridade, e que já antes tinha duplicado em resultado da estagnação, o preço absurdo a pagar pela adesão a uma moeda demasiado forte, vai chegar aos 16% muito em breve. Éramos menos “rígidos” quando tínhamos, no final da década de noventa, uma taxa de desemprego de 4%? Responder a esta pergunta pressupõe uma avaliação da economia portuguesa e não esta autoavaliação.
Entretanto, o Estado vai injectar cerca de 5 mil milhões de euros de capital no BCP e no BPI, os dois principais e periclitantes bancos ditos privados, mas esforça-se por não ter todo o poder accionista correspondente nas decisões tomadas por estes bancos. É para tentar evitar esse controlo estatal, a única forma de mudar a lógica dos bancos e de garantir financiamento direccionado, que foram mobilizados os “CoCos”, títulos de dívida que só eventualmente serão convertidos em acções, que os bancos preferem. É claro que o Ministério das Finanças diz, num atabalhoadocomunicado, que os bancos vão ser muito responsáveis com este dinheiro e que vão assim poder “continuar a assegurar o financiamento das famílias e das empresas”. Continuar a assegurar, reparem, como têm feito nas condições conhecidas e com os resultados conhecidos. Neste domínio estamos perante outra autoavaliação: a da bancarrotocracia.
Entretanto, o Estado vai injectar cerca de 5 mil milhões de euros de capital no BCP e no BPI, os dois principais e periclitantes bancos ditos privados, mas esforça-se por não ter todo o poder accionista correspondente nas decisões tomadas por estes bancos. É para tentar evitar esse controlo estatal, a única forma de mudar a lógica dos bancos e de garantir financiamento direccionado, que foram mobilizados os “CoCos”, títulos de dívida que só eventualmente serão convertidos em acções, que os bancos preferem. É claro que o Ministério das Finanças diz, num atabalhoadocomunicado, que os bancos vão ser muito responsáveis com este dinheiro e que vão assim poder “continuar a assegurar o financiamento das famílias e das empresas”. Continuar a assegurar, reparem, como têm feito nas condições conhecidas e com os resultados conhecidos. Neste domínio estamos perante outra autoavaliação: a da bancarrotocracia.
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