AVISO

OS COMENTÁRIOS, E AS PUBLICAÇÕES DE OUTROS
NÃO REFLETEM NECESSARIAMENTE A OPINIÃO DO ADMINISTRADOR DO "Pó do tempo"

Este blogue está aberto à participação de todos.


Não haverá censura aos textos mas carecerá
obviamente, da minha aprovação que depende
da actualidade do artigo, do tema abordado, da minha disponibilidade, e desde que não
contrarie a matriz do blogue.

Os comentários são inseridos automaticamente
com a excepção dos que o sistema considere como
SPAM, sem moderação e sem censura.

Serão excluídos os comentários que façam
a apologia do racismo, xenofobia, homofobia
ou do fascismo/nazismo.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Uma história de amor


Guardaram-se, sempre, uma fidelidade muito particular. Mas nunca mais se viram. Que poderia o Tempo acrescentar à decrepitude dos corpos ou à decadência do espírito? Mágoa ou repulsa?
Mas, com exacta fidelidade amorosa, telefonavam-se três vezes por ano em datas precisas, cedo no dia, quando as vozes estão frescas, claras e amanhecidas. E tudo parecia reverdecer.
Quando C. me perguntou, há dias, se sabia como estava o M. G., eu, que estava ao corrente, disse-lhe, quase contrariado, que ele tinha morrido em Outubro. Aparentemente, ela ficou impassível e inexpressiva.
Mas depois, muito lentamente e em voz velada, soletrou quase: "- Eu sabia...desta vez, não me telefonou..."

Sem comentários: