Crise: FMI já está a estudar empréstimo
600 mil milhões para salvar Itália
O Fundo Monetário Internacional (FMI) está a estudar um plano de ajuda a Itália no valor de 600 mil milhões de euros – mais de 3,5 vezes o PIB português, que ronda os 170 mil milhões de euros. Alemanha e França já avisaram que colapso italiano levará ao fim do euro.
De acordo com o jornal italiano ‘La Stampa’, o empréstimo do FMI daria ao recentemente empossado governo liderado por Mario Monti entre 12 a 18 meses para implementar cortes orçamentais e reformas de estímulo à economia, "aliviando a necessidade de refinanciamento da dívida".
A dimensão do empréstimo em questão, que, segundo fontes em Washington citadas pelo ‘La Stampa’, pode variar entre 400 e 600 mil milhões de euros, dificulta a utilização dos recursos actualmente disponíveis à instituição liderada por Christine Lagarde. Por esta razão, o FMI estará a estudar várias hipóteses, incluindo a de uma acção conjunta com o Banco Central Europeu (BCE).
A possibilidade de Roma ter de recorrer à ajuda do FMI levou ontem um porta-voz do governo francês a admitir que a crise italiana "afecta o coração da Zona Euro".
Em comunicado, o governo italiano revelou ontem que a Alemanha e a França reiteraram o seu apoio a Mario Monti "afirmando-se conscientes de que o colapso de Itália levará inevitavelmente ao fim do euro e a uma interrupção do processo de integração europeia com consequências imprevisíveis". O aviso foi feito durante uma reunião entre a chanceler alemã, Angela Merkel, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e o primeiro--ministro italiano na quinta--feira, em Estrasburgo.
Os três países querem um novo pacto Zona Euro com "verdadeiras sanções" para reforçar a disciplina fiscal.
PROGRAMA DE APOIO "É UMA BELÍSSIMA IDEIA"
O economista Miguel Beleza admitiu ontem ver com "apreensão" a possibilidade de a Itália precisar de uma ajuda de 600 mil milhões de euros, mas sublinhou que "qualquer alternativa é pior" e que é uma "belíssima ideia" ter um programa de apoio preparado.
"Vejo com alguma apreensão essa possibilidade, mas qualquer alternativa é pior", resumiu o antigo ministro das Finanças e ex-governador do Banco de Portugal que também já trabalhou no Fundo Monetário Internacional (FMI). Beleza fez estas declarações a propósito de uma notícia do jornal italiano ‘La Stampa’, que revelava que o FMI preparou um plano de ajuda até 600 mil milhões de euros caso a crise da dívida da Itália se agrave.
CM
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