A REDE DE PODER POLÍTICO-FINANCEIRO ESTUDADA
É um começo. Mas se não o fizerem logo, a rede vai impedí-los. Porque o sigilo é elemento fundamental deste grande negócio chamado nova ordem mundial.
Exemplo de apenas algumas conexões financeiras internacionais. Em vermelho, grupos europeus, em azul norte-americanos, outros países em verde. A dominância dos dois primeiros é evidente, e muito ligada à crise financeira atual. Somente uma pequena parte dos links é aqui mostrada. Fonte Vitali, Glattfelder e Fattiston, http://j-node.blogspot.com/2011/10/network-of-global-corporate-control.html
Abaixo, trechos de artigo de Ladislau Dowbor em seu site.
http://dowbor.org/wp/index.php/artigos/a-rede-do-poder-corporativo-mundial/
A rede do poder corporativo mundial
Todos temos acompanhado, décadas a fio, as notícias sobre grandes empresas comprando-se umas as outras, formando grupos cada vez maiores, em princípio para se tornarem mais competitivas no ambiente cada vez mais agressivo do mercado. Mas o processo, naturalmente, tem limites. Em geral, nas principais cadeias produtivas, a corrida termina quando sobram poucas empresas, que em vez de guerrear, descobrem que é mais conveniente se articularem e trabalharem juntas, para o bem delas e dos seus acionistas. Não necessariamente, como é óbvio, para o bem da sociedade.
(...)
Uma característica básica do poder corporativo é o quanto é pouco conhecido. As Nações Unidas tinham um departamento, UNCTC - United Nations Center for Transnational Corporations -, que publicava, nos anos 1990, um excelente relatório anual sobre as corporações transnacionais. Com a formação da Organização Mundial do Comércio, simplesmente fecharam o UNCTC e descontinuaram as publicações. Assim, o que é provavelmente o principal núcleo organizado de poder do planeta deixou simplesmente de ser estudado, a não ser por pesquisas pontuais dispersas pelas instituições acadêmicas, e fragmentadas por países.
O documento mais significativo que hoje temos sobre as corporações é o excelente documentário "A Corporação (The Corporation)", estudo científico de primeira linha, que em duas horas e doze capítulos mostra como funcionam, como se organizam, e que impactos geram. Outro documentário excelente, "Trabalho Interno (Inside Job)", que levou o Oscar de 2011, mostra como funciona o segmento financeiro do poder corporativo, mas limitado essencialmente a mostrar como se gerou a presente crise financeira. Temos também o clássico do setor, "Quando as Corporações Regem o Mundo (When Corporations Rule the World)" de David Korten. Trabalhos deste tipo nos permitem entender a lógica, geram a base do conheciment o disponível.
Mas nos faz imensa falta a pesquisa sistemática sobre como as corporações funcionam, como se tomam as decisões, quem as toma, com que legitimidade. O fato é que ignoramos quase tudo do principal vetor de poder mundial que são as corporações.
É natural e saudável que tenhamos todos uma grande preocupação em não inventarmos conspirações diabólicas, maquinações maldosas. Mas, ao vermos como os principais setores de atividade corporativa se reduziram a poucas empresas extremamente poderosas, começamos a entender que se trata sim de poder político. Agindo no espaço planetário, e na ausência de governo mundial, manejam grande poder sem nenhum controle significativo.
A pesquisa do ETH - Instituto Federal Suíço de Pesquisa Tecnológica (2) vem pela primeira vez nesta escala iluminar a área com dados concretos. A metodologia é muito interessante. Selecionaram 43 mil corporações no banco de dados Orbis 2007, de 30 milhões de empresas, e passaram a estudar como se relacionam: o peso econômico de cada entidade, a sua rede de conexões, os fluxos financeiros, e em que empresas têm participações que permitem controle indireto. Em termos estatísticos, resulta um sistema em forma de bow-tie¸ ou “gravata borboleta”, onde temos um grupo de corporações no “nó”, e ramificações para um lado que apontam para corporações que o “nó” controla, e ramificações para outro que apontam para as empresas que têm participações no “nó”.
A inovação, é que a pesquisa aqui apresentada realizou este trabalho para o conjunto das principais corporações do planeta, e expandiu a metodologia de forma a ir traçando o mapa de controles do conjunto, incluindo a escada de poder que às vezes corporações menores detêm, ao controlarem um pequeno grupo de empresas que por sua vez controla uma série de outras empresas e as sim por diante. O que temos aqui é exatamente o que o título da pesquisa apresenta, “a rede do controle corporativo global”.
(...)
O que resulta da pesquisa é claro: “A estrutura da rede de controle das corporações transnacionais impacta a competição de mercado mundial e a estabilidade financeira. Até agora, apenas pequenas amostras nacionais foram estudadas e não havia metodologia apropriada para avaliar globalmente o controle. Apresentamos a primeira pesquisa da arquitetura da rede internacional de propriedade, junto com a computação do controle que possui cada ator global. Descobrimos que as corporações transnacionais formam uma gigantesca estrutura em forma de gravata borboleta (bow-tie), e que uma grande parte do controle flui para um núcleo (core) pequeno e fortemente articulado de instituições financeiras. Este núcleo pode ser visto como uma “superentidade” (super-entity), o que levanta questões importantes tanto para pesquisadores como para os que traçam políticas.(3)
(...)
“Este tipo de estruturas, até hoje observado apenas em pequenas amostras, tem explicações tais como estratégias de proteção contra tomadas de controle (anti-takeover strategies), redução de custos de transação, compartilhamento de riscos, aumento de confiança e de grupos de interesse. Qual que seja a sua origem, no entanto, fragiliza a competição de mercado… Como resultado, cerca de ¾ da propriedade das firmas no núcleo ficam nas mãos de firmas do próprio núcleo. Em outras palavras, trata-se de um grupo fortemente estruturado (tightly-nit) de corporações que cumulativamente detêm a maior parte das participações umas nas outras”. (5)
(...)
A primeira vista, sendo firmas abertas com ações no mercado, imagina-se um grau relativamente distribuído também do poder de controle. O estudo buscou “quão concentrado é este controle, e quem são os que detêm maior controle no topo”. Isto é uma inovação relativamente aos numerosos estudos anteriores que mediram a concentração de riqueza e de renda. Segundo os autores, não há estimativas quantitativas anteriores sobre o controle. O cálculo consistiu em identificar qual a fração de atores no topo que detém mais de 80% do controle de toda a rede. Os resultados são fortes: “Encontramos que apenas 737 dos principais atores (top-holders) acumulam 80% do controle sobre o valor de todas as ETNs… Isto significa que o controle em rede (network control) é distribuído de maneira muito mais desigual do que a riqueza. Em particular, os atores no topo detêm um controle dez vezes maior do que o que poderia se esperar baseado na sua riqueza.”(6)
Combinando o poder de controle dos atores no topo (top ranked actors) com as suas interconexões, “encontramos que, apesar de sua pequena dimensão, o núcleo detém coletivamente uma ampla fração do controle total da rede. No detalhe, quase 4/10 do controle sobre o valor econômico das ETNs do mundo, por meio de uma teia complicada de relações de propriedade, está nas mãos de um grupo de 147 ETNs do núcleo, que detém quase pleno controle sobre si mesmo. Os atores do topo dentro do núcleo podem assim ser considerados como uma “superentidade” na rede global das corporações. Um fato adicional relevante neste ponto é que três quartos do núcleo são intermediários financeiros”.
(...)
Capitalismo revelado
Saber que as corporações regem o planeta não é novidade. Saber como estão articuladas, quem são e quanta riqueza e poder controlam, bem como as ramificações das suas decisões, devidamente quantificado e demonstrado, é novidade sim, e ajuda imensamente na luta por uma economia que funcione. Este poder articulado explica muito melhor para os não economistas do planeta porque não se conseguem os 300 bilhões anuais que liquidariam a miséria no planeta, e se transferem em meses trilhões para banqueiros que sequer reinvestem, e aprofundam a especulação e a desorganização econômica.
Os números em si são muito impressionantes, e estão gerando impacto no mundo científico, e vão repercutir inevitavelmente no mundo político. Os dados não só confirmam como agravam as afirmações dos movimentos de protesto que se referem ao 1% que brinca com os recursos dos outros 99%. O New Scientist reproduz o comentário de um dos pesquisadores, Glattfelder, que resume a questão: “com efeito, menos de 1% das empresas consegue controlar 40% de toda a rede”. E a maioria são instituições financeiras, entre as quais Barclays Bank, JPMorgan Chase&Co, Goldman Sachs e semelhantes(3).
Algumas implicações são bastante evidentes. Assim, ainda que na avaliação do New Scientist as empresas se comprem umas às outras por razões de negócios e não para dominar o mundo, não ver a conexão entre esta concentração de poder econômico e o poder político constitui evidente prova de miopia. Quando numerosos países, a partir dos anos Reagan e Thatcher, reduziram os impostos sobre os ricos, lançando as bases da trágica desigualdade planetária atual, não há dúvidas quanto ao poder político por trás das iniciativas. A lei recentemente passada nos Estados Unidos, que libera totalmente o financiamento de campanhas eleitorais por corporações, tem implicações igualmente evidentes. O desmantelamento das leis que obrigavam as instituições financeiras a fornecer informações e que regulavam as suas atividades passa a ter origens claras.
Outra conclusão importante refere-se à fragilidade sistêmica que geramos na economia mundial. Quando há milhões de empresas, há concorrência real, ninguém consegue “fazer” o mercado, ditar os preços, e muito menos ditar o uso dos recursos públicos. Esses desequilíbrios se ajustam com inúmeras alterações pontuais, assegurando uma certa resiliência sistêmica. Com a escala do poder corporativo, as oscilações adquirem outra dimensão. Por exemplo, com os derivativos em crise, boa parte dos capitais especulativos se reorientou para commodities, levando a fortes aumentos de preços, frequentemente atribuídos de maneira simplista ao aumendo da demanda da China por matérias-primas. A evolução recente dos preços de petróleo, em particular, está diretamente conectada a estas estruturas de poder(4).
Os autores trazem também implicações para o controle dos trustes, já que estas políticas operam apenas no plano nacional: “instituições antitruste ao redor do mundo acompanham de perto estruturas complexas de propriedade dentro das suas fronteiras nacionais. O fato de séries de dados internacionais bem como métodos de estudo de redes amplas terem se tornado acessíveis apenas recentemente, pode explicar como esta descoberta não tenha sido notada durante tanto tempo”. Em termos claros, estas corporações atuam no mundo, enquanto as instâncias reguladoras estão fragmentadas em 194 países, sem contar a colaboração simpática dos paraísos fiscais.
Ponto fundamental, os autores apontam para o efeito de poder do sistema financeiro sobre as outras áreas corporativas. “De acordo com alguns argumentos teóricos, em geral, as instituições financeiras não investem em participações acionárias para exercer controle. No entanto, há também evidência empírica do oposto. Os nossos resultados mostram que, globalmente, os atores do topo estão no mínimo em posição de exercer considerável controle, seja formalmente (por exemplo, votando em reuniões de acionistas ou de conselhos de administração) ou por meio de negociações informais.”
Finalmente, os autores abordam a questão óbvia do clube dos superricos. “Do ponto de vista empírico, uma estrutura em “gravata borboleta” com um núcleo muito pequeno e influente constitui uma nova observação no estudo de redes complexas. Supomos que possa estar presente em outros tipos de redes onde mecanismos de “ricos-ficam-mais-ricos” (rich-get-richer) funcionam… O fato de o núcleo estar tão densamente conectado poderia ser visto como uma generalização do fenômeno de clube dos ricos (rich-club phenomenon).” A presença esmagadora dos grupos europeus e norte-americanos neste universo sem dúvida também ajuda nas articulações e acentua os desequilíbrios.
Conclusões gerais a se tirar? Não faltam na internet comentários de que o fato de serem poucos não significa grande coisa. Na minha análise, é óbvio que se trata sim de um clube de ricos, e de muito ricos, que se apropriam de recursos produzidos pela sociedade em proporções inteiramente desproporcionais em relação ao que produzem. Trata-se também de pessoas que controlam a aplicação de gigantescos recursos, muito mais do que a sua capacidade de gestão e de aplicação racional. Um efeito mais amplo é a tendência de uma dominação geral dos sistemas especulativos sobre os sistemas produtivos. As empresas efetivamente produtoras de bens e serviços úteis à sociedade teriam todo interesse em contribuir para um sistema mais inteligente de alocação de recursos, pois são em boa parte vítimas indiretas do processo. Neste sentido, a pesquisa do ETH aponta para uma deformação estrutural do sistema, e que terá em algum momento de ser enfrentada.
Link para a resenha do New Scientist traduzida para o português no site Inovação Tecnológica:
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=rede-capitalista-domina-mundo&id=010150111022&mid=50
Link para a resenha em inglês no site New Scientist:
http://www.newscientist.com/article/mg21228354.500-revealed–the-capitalist-network-that-runs-the-world.html?DCMP=OTC-rss&nsref=online-news
NA EUROPA O PODER É DA GOLDMAN SACHS
Eles pertencem à rede que o Goldman Sachs teceu no Velho Continente e, em diferentes graus, participaram da mais truculenta operação ilícita orquestrada pela instituição americana. Além disso, não estão sozinhos.
A reportagem é de Eduardo Febbro e publicado pelo Página/12, 23-11-2011. A tradução é do Cepat.
Os adeptos das teorias conspiratórias estão vendo suas expectativas se cumprirem. Onde está o poder mundial? A resposta cabe num nome e num lugar: na sede do banco de negócios Goldman Sachs.
O banco americano consegue uma façanha rara na história política mundial: colocar os seus homens à frente de dois governos europeus e do banco que rege os destinos das políticas econômicas da União Europeia. Mario Draghi, o atual presidente do Banco Central Europeu; Mario Monti, presidente do Conselho italiano, que substituiu Silvio Berlusconi e Lucas Papademos, o novo primeiro-ministro grego; todos pertencem à galáxia do Goldman Sachs.
Estes governantes, dois dos quais Monti e Papademos, são a ponta de lança da anexação da política pela tecnocracia econômica, pertencem à rede Sachs e participaram das mais truculenta operação ilícita orquestrada pela instituição americana. Além disso, eles não estão sozinhos. Pode-se também mencionar Petros Christodoulos, hoje à frente do organismo que administra a dívida pública grega e ex-presidente do Banco Nacional da Grécia, a quem Sachs vendeu o produto financeiro conhecido como swap e com o qual as autoridades gregas e Goldman Sachs orquestraram a maquiagem das contas gregas.
O dragão que protege os interesses de Wall Street conta com homens chaves nos postos mais decisivos, mas não apenas na Europa. Henry Paulson, ex-presidente do Goldman Sachs, foi nomeado secretário do Tesouro americano, enquanto que William C. Dudley, outro das altas esferas do Goldman Sachs, é o atual presidente do Federal Reserve de Nova York.
Mas o caso dos líderes europeus é mais paradigmático. O lugar de honra cabe a Mario Draghi.
O hoje, presidente do Banco Central Europeu, BCE, foi vice-presidente da Goldman Sachs para a Europa entre 2002 e 2005. O título de seu cargo era “empresas e dívidas públicas”. Precisamente nessa cargo, Draghi teve como missão vender o incendiário produto swap. Este instrumento financeiro é chave na ocultação da dívida pública, ou seja, na maquiagem das contas gregas. Foi essa ardilosa armação que permitiu a Grécia se qualificar para fazer parte dos países que entrariam no euro, a moeda única europeia. Tecnicamente, e com o Goldman Sachs como operador, transformou-se a dívida externa da Grécia de dólares para euros.
Com isso, a dívida grega desapareceu dos balanços negativos e Goldman Sachs (GS) levou uma suculenta comissão. Logo depois, em 2006, Goldman Sachs vendeu parte desse pacote de Swaps ao principal banco comercial do país, o National Bank of Greece, liderada por um outro homem da GS, Petros Christodoulos, um ex-corretor da Goldman Sachs e atual diretor do órgão de gestão da dívida da Grécia que ele mesmo e, os citados anteriormente, até então ajudaram esconder.
Mario Draghi tem uma história pesada. O ex-presidente da República Italiana, Francesco Cossiga acusou Draghi de ter favorecido Goldman Sachs na adjudicação de grandes contratos, quando era diretor do Tesouro da Itália e estavam em pleno processo de privatização. A verdade é que agora o diretor do Banco Central Europeu, aparece como o grande vendedor de Swaps em toda a Europa.
Neste emaranhado de falsificações aparece o chefe do Executivo grego, Lucas Papademos. O primeiro-ministro foi o governador do banco central grego entre 1994 e 2002. Esse é precisamente o período em que Sachs foi cúmplice na ocultação da realidade econômica grega. Papademos, responsável pela entidade bancária nacional, não podia ignorar a armação que estava sendo montada. As datas em que ocupou o cargo fazem dele um operador da montagem.
Na lista de notáveis segue Mario Monti. O atual presidente do Conselho italiano foi conselheiro internacional do Goldman Sachs desde 2005.
Em síntese, muitos dos homens que fabricaram o desastre foram chamados agora para tomar as rédeas de postos chaves, com a missão de reparação às custas dos benefícios sociais do povo, conseqüências que eles mesmos criaram.
Não há dúvida de estamos vendo o que os analistas chamam de "um governo Sachs europeu”.
O Português Antonio Borges dirigia até pouco tempo – acaba de renunciar - o Departamento Europeu do Fundo Monetário Internacional. Até 2008, Antonio Borges foi vice-presidente do Goldman Sachs. O sumido Karel Van Miert – Bélgica –, foi comissário europeu da Competividade e também um quadro do Goldman Sachs. O alemão Ottmar Issing foi sucessivamente presidente do Bundesbank, conselheiro internacional do banco de negócios americano e membro do Conselho de Administração do Banco Central Europeu.
Peter O'Neill é outro homem do emaranhado: presidente do Goldman Sachs Asset Management, O'Neill, apelidado de O Guru do Goldman Sachs, é o inventor do conceito Brics, o grupo de países emergentes composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Acompanha O'Neill outro peso pesado, Peter Sutherland, ex-presidente da Goldman Sachs International, membro da seção Europeia da Comissão Trilateral, assim como Lucas Papademos, ex-membro da Comissão de Competividade da União Europeia, fiscal-geral da Irlanda e influente mediador do plano que desembocou no resgate da Irlanda.
Alessio Rastani é que tem toda a razão. Este personagem que se apresentou diante da BBC como um trader disse faz poucas semanas: "Os políticos não governam o mundo. Goldman Sachs governa o mundo". Sua história é exemplar do duplo jogo, como as personalidades e as carreiras dos braços mundiais do Goldman Sachs. Alessio Rastani disse que ele era um trader londrinense, mas logo depois descobriu-se que nada tinha de trader e que fazia parte do Yes Men, um grupo de ativistas que, através da comédia e da infiltração nos meios de comunicação, denunciam o liberalismo.
Ficará para as páginas da história mundial a impunidade desses personagens. Empregados por uma empresa americana, orquestraram uma dos maiores golpes já conhecidos, cujas conseqüências estão sendo pagas hoje. Foram premiados, agora, com o leme da crise, planejada por eles mesmos.
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Veja também:
TERRORISMO BANCÁRIO
http://videosvitais.blogspot.com/search/label/terrorismo%20banc%C3%A1rio
Exemplo de apenas algumas conexões financeiras internacionais. Em vermelho, grupos europeus, em azul norte-americanos, outros países em verde. A dominância dos dois primeiros é evidente, e muito ligada à crise financeira atual. Somente uma pequena parte dos links é aqui mostrada. Fonte Vitali, Glattfelder e Fattiston, http://j-node.blogspot.com/2011/10/network-of-global-corporate-control.html
Abaixo, trechos de artigo de Ladislau Dowbor em seu site.
http://dowbor.org/wp/index.php/artigos/a-rede-do-poder-corporativo-mundial/
A rede do poder corporativo mundial
Todos temos acompanhado, décadas a fio, as notícias sobre grandes empresas comprando-se umas as outras, formando grupos cada vez maiores, em princípio para se tornarem mais competitivas no ambiente cada vez mais agressivo do mercado. Mas o processo, naturalmente, tem limites. Em geral, nas principais cadeias produtivas, a corrida termina quando sobram poucas empresas, que em vez de guerrear, descobrem que é mais conveniente se articularem e trabalharem juntas, para o bem delas e dos seus acionistas. Não necessariamente, como é óbvio, para o bem da sociedade.
(...)
Uma característica básica do poder corporativo é o quanto é pouco conhecido. As Nações Unidas tinham um departamento, UNCTC - United Nations Center for Transnational Corporations -, que publicava, nos anos 1990, um excelente relatório anual sobre as corporações transnacionais. Com a formação da Organização Mundial do Comércio, simplesmente fecharam o UNCTC e descontinuaram as publicações. Assim, o que é provavelmente o principal núcleo organizado de poder do planeta deixou simplesmente de ser estudado, a não ser por pesquisas pontuais dispersas pelas instituições acadêmicas, e fragmentadas por países.
O documento mais significativo que hoje temos sobre as corporações é o excelente documentário "A Corporação (The Corporation)", estudo científico de primeira linha, que em duas horas e doze capítulos mostra como funcionam, como se organizam, e que impactos geram. Outro documentário excelente, "Trabalho Interno (Inside Job)", que levou o Oscar de 2011, mostra como funciona o segmento financeiro do poder corporativo, mas limitado essencialmente a mostrar como se gerou a presente crise financeira. Temos também o clássico do setor, "Quando as Corporações Regem o Mundo (When Corporations Rule the World)" de David Korten. Trabalhos deste tipo nos permitem entender a lógica, geram a base do conheciment o disponível.
Mas nos faz imensa falta a pesquisa sistemática sobre como as corporações funcionam, como se tomam as decisões, quem as toma, com que legitimidade. O fato é que ignoramos quase tudo do principal vetor de poder mundial que são as corporações.
É natural e saudável que tenhamos todos uma grande preocupação em não inventarmos conspirações diabólicas, maquinações maldosas. Mas, ao vermos como os principais setores de atividade corporativa se reduziram a poucas empresas extremamente poderosas, começamos a entender que se trata sim de poder político. Agindo no espaço planetário, e na ausência de governo mundial, manejam grande poder sem nenhum controle significativo.
A pesquisa do ETH - Instituto Federal Suíço de Pesquisa Tecnológica (2) vem pela primeira vez nesta escala iluminar a área com dados concretos. A metodologia é muito interessante. Selecionaram 43 mil corporações no banco de dados Orbis 2007, de 30 milhões de empresas, e passaram a estudar como se relacionam: o peso econômico de cada entidade, a sua rede de conexões, os fluxos financeiros, e em que empresas têm participações que permitem controle indireto. Em termos estatísticos, resulta um sistema em forma de bow-tie¸ ou “gravata borboleta”, onde temos um grupo de corporações no “nó”, e ramificações para um lado que apontam para corporações que o “nó” controla, e ramificações para outro que apontam para as empresas que têm participações no “nó”.
A inovação, é que a pesquisa aqui apresentada realizou este trabalho para o conjunto das principais corporações do planeta, e expandiu a metodologia de forma a ir traçando o mapa de controles do conjunto, incluindo a escada de poder que às vezes corporações menores detêm, ao controlarem um pequeno grupo de empresas que por sua vez controla uma série de outras empresas e as sim por diante. O que temos aqui é exatamente o que o título da pesquisa apresenta, “a rede do controle corporativo global”.
(...)
O que resulta da pesquisa é claro: “A estrutura da rede de controle das corporações transnacionais impacta a competição de mercado mundial e a estabilidade financeira. Até agora, apenas pequenas amostras nacionais foram estudadas e não havia metodologia apropriada para avaliar globalmente o controle. Apresentamos a primeira pesquisa da arquitetura da rede internacional de propriedade, junto com a computação do controle que possui cada ator global. Descobrimos que as corporações transnacionais formam uma gigantesca estrutura em forma de gravata borboleta (bow-tie), e que uma grande parte do controle flui para um núcleo (core) pequeno e fortemente articulado de instituições financeiras. Este núcleo pode ser visto como uma “superentidade” (super-entity), o que levanta questões importantes tanto para pesquisadores como para os que traçam políticas.(3)
(...)
“Este tipo de estruturas, até hoje observado apenas em pequenas amostras, tem explicações tais como estratégias de proteção contra tomadas de controle (anti-takeover strategies), redução de custos de transação, compartilhamento de riscos, aumento de confiança e de grupos de interesse. Qual que seja a sua origem, no entanto, fragiliza a competição de mercado… Como resultado, cerca de ¾ da propriedade das firmas no núcleo ficam nas mãos de firmas do próprio núcleo. Em outras palavras, trata-se de um grupo fortemente estruturado (tightly-nit) de corporações que cumulativamente detêm a maior parte das participações umas nas outras”. (5)
(...)
A primeira vista, sendo firmas abertas com ações no mercado, imagina-se um grau relativamente distribuído também do poder de controle. O estudo buscou “quão concentrado é este controle, e quem são os que detêm maior controle no topo”. Isto é uma inovação relativamente aos numerosos estudos anteriores que mediram a concentração de riqueza e de renda. Segundo os autores, não há estimativas quantitativas anteriores sobre o controle. O cálculo consistiu em identificar qual a fração de atores no topo que detém mais de 80% do controle de toda a rede. Os resultados são fortes: “Encontramos que apenas 737 dos principais atores (top-holders) acumulam 80% do controle sobre o valor de todas as ETNs… Isto significa que o controle em rede (network control) é distribuído de maneira muito mais desigual do que a riqueza. Em particular, os atores no topo detêm um controle dez vezes maior do que o que poderia se esperar baseado na sua riqueza.”(6)
Combinando o poder de controle dos atores no topo (top ranked actors) com as suas interconexões, “encontramos que, apesar de sua pequena dimensão, o núcleo detém coletivamente uma ampla fração do controle total da rede. No detalhe, quase 4/10 do controle sobre o valor econômico das ETNs do mundo, por meio de uma teia complicada de relações de propriedade, está nas mãos de um grupo de 147 ETNs do núcleo, que detém quase pleno controle sobre si mesmo. Os atores do topo dentro do núcleo podem assim ser considerados como uma “superentidade” na rede global das corporações. Um fato adicional relevante neste ponto é que três quartos do núcleo são intermediários financeiros”.
(...)
Capitalismo revelado
Saber que as corporações regem o planeta não é novidade. Saber como estão articuladas, quem são e quanta riqueza e poder controlam, bem como as ramificações das suas decisões, devidamente quantificado e demonstrado, é novidade sim, e ajuda imensamente na luta por uma economia que funcione. Este poder articulado explica muito melhor para os não economistas do planeta porque não se conseguem os 300 bilhões anuais que liquidariam a miséria no planeta, e se transferem em meses trilhões para banqueiros que sequer reinvestem, e aprofundam a especulação e a desorganização econômica.
Os números em si são muito impressionantes, e estão gerando impacto no mundo científico, e vão repercutir inevitavelmente no mundo político. Os dados não só confirmam como agravam as afirmações dos movimentos de protesto que se referem ao 1% que brinca com os recursos dos outros 99%. O New Scientist reproduz o comentário de um dos pesquisadores, Glattfelder, que resume a questão: “com efeito, menos de 1% das empresas consegue controlar 40% de toda a rede”. E a maioria são instituições financeiras, entre as quais Barclays Bank, JPMorgan Chase&Co, Goldman Sachs e semelhantes(3).
Algumas implicações são bastante evidentes. Assim, ainda que na avaliação do New Scientist as empresas se comprem umas às outras por razões de negócios e não para dominar o mundo, não ver a conexão entre esta concentração de poder econômico e o poder político constitui evidente prova de miopia. Quando numerosos países, a partir dos anos Reagan e Thatcher, reduziram os impostos sobre os ricos, lançando as bases da trágica desigualdade planetária atual, não há dúvidas quanto ao poder político por trás das iniciativas. A lei recentemente passada nos Estados Unidos, que libera totalmente o financiamento de campanhas eleitorais por corporações, tem implicações igualmente evidentes. O desmantelamento das leis que obrigavam as instituições financeiras a fornecer informações e que regulavam as suas atividades passa a ter origens claras.
Outra conclusão importante refere-se à fragilidade sistêmica que geramos na economia mundial. Quando há milhões de empresas, há concorrência real, ninguém consegue “fazer” o mercado, ditar os preços, e muito menos ditar o uso dos recursos públicos. Esses desequilíbrios se ajustam com inúmeras alterações pontuais, assegurando uma certa resiliência sistêmica. Com a escala do poder corporativo, as oscilações adquirem outra dimensão. Por exemplo, com os derivativos em crise, boa parte dos capitais especulativos se reorientou para commodities, levando a fortes aumentos de preços, frequentemente atribuídos de maneira simplista ao aumendo da demanda da China por matérias-primas. A evolução recente dos preços de petróleo, em particular, está diretamente conectada a estas estruturas de poder(4).
Os autores trazem também implicações para o controle dos trustes, já que estas políticas operam apenas no plano nacional: “instituições antitruste ao redor do mundo acompanham de perto estruturas complexas de propriedade dentro das suas fronteiras nacionais. O fato de séries de dados internacionais bem como métodos de estudo de redes amplas terem se tornado acessíveis apenas recentemente, pode explicar como esta descoberta não tenha sido notada durante tanto tempo”. Em termos claros, estas corporações atuam no mundo, enquanto as instâncias reguladoras estão fragmentadas em 194 países, sem contar a colaboração simpática dos paraísos fiscais.
Ponto fundamental, os autores apontam para o efeito de poder do sistema financeiro sobre as outras áreas corporativas. “De acordo com alguns argumentos teóricos, em geral, as instituições financeiras não investem em participações acionárias para exercer controle. No entanto, há também evidência empírica do oposto. Os nossos resultados mostram que, globalmente, os atores do topo estão no mínimo em posição de exercer considerável controle, seja formalmente (por exemplo, votando em reuniões de acionistas ou de conselhos de administração) ou por meio de negociações informais.”
Finalmente, os autores abordam a questão óbvia do clube dos superricos. “Do ponto de vista empírico, uma estrutura em “gravata borboleta” com um núcleo muito pequeno e influente constitui uma nova observação no estudo de redes complexas. Supomos que possa estar presente em outros tipos de redes onde mecanismos de “ricos-ficam-mais-ricos” (rich-get-richer) funcionam… O fato de o núcleo estar tão densamente conectado poderia ser visto como uma generalização do fenômeno de clube dos ricos (rich-club phenomenon).” A presença esmagadora dos grupos europeus e norte-americanos neste universo sem dúvida também ajuda nas articulações e acentua os desequilíbrios.
Conclusões gerais a se tirar? Não faltam na internet comentários de que o fato de serem poucos não significa grande coisa. Na minha análise, é óbvio que se trata sim de um clube de ricos, e de muito ricos, que se apropriam de recursos produzidos pela sociedade em proporções inteiramente desproporcionais em relação ao que produzem. Trata-se também de pessoas que controlam a aplicação de gigantescos recursos, muito mais do que a sua capacidade de gestão e de aplicação racional. Um efeito mais amplo é a tendência de uma dominação geral dos sistemas especulativos sobre os sistemas produtivos. As empresas efetivamente produtoras de bens e serviços úteis à sociedade teriam todo interesse em contribuir para um sistema mais inteligente de alocação de recursos, pois são em boa parte vítimas indiretas do processo. Neste sentido, a pesquisa do ETH aponta para uma deformação estrutural do sistema, e que terá em algum momento de ser enfrentada.
Link para a resenha do New Scientist traduzida para o português no site Inovação Tecnológica:
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=rede-capitalista-domina-mundo&id=010150111022&mid=50
Link para a resenha em inglês no site New Scientist:
http://www.newscientist.com/article/mg21228354.500-revealed–the-capitalist-network-that-runs-the-world.html?DCMP=OTC-rss&nsref=online-news
NA EUROPA O PODER É DA GOLDMAN SACHS
Eles pertencem à rede que o Goldman Sachs teceu no Velho Continente e, em diferentes graus, participaram da mais truculenta operação ilícita orquestrada pela instituição americana. Além disso, não estão sozinhos.
A reportagem é de Eduardo Febbro e publicado pelo Página/12, 23-11-2011. A tradução é do Cepat.
Os adeptos das teorias conspiratórias estão vendo suas expectativas se cumprirem. Onde está o poder mundial? A resposta cabe num nome e num lugar: na sede do banco de negócios Goldman Sachs.
O banco americano consegue uma façanha rara na história política mundial: colocar os seus homens à frente de dois governos europeus e do banco que rege os destinos das políticas econômicas da União Europeia. Mario Draghi, o atual presidente do Banco Central Europeu; Mario Monti, presidente do Conselho italiano, que substituiu Silvio Berlusconi e Lucas Papademos, o novo primeiro-ministro grego; todos pertencem à galáxia do Goldman Sachs.
Estes governantes, dois dos quais Monti e Papademos, são a ponta de lança da anexação da política pela tecnocracia econômica, pertencem à rede Sachs e participaram das mais truculenta operação ilícita orquestrada pela instituição americana. Além disso, eles não estão sozinhos. Pode-se também mencionar Petros Christodoulos, hoje à frente do organismo que administra a dívida pública grega e ex-presidente do Banco Nacional da Grécia, a quem Sachs vendeu o produto financeiro conhecido como swap e com o qual as autoridades gregas e Goldman Sachs orquestraram a maquiagem das contas gregas.
O dragão que protege os interesses de Wall Street conta com homens chaves nos postos mais decisivos, mas não apenas na Europa. Henry Paulson, ex-presidente do Goldman Sachs, foi nomeado secretário do Tesouro americano, enquanto que William C. Dudley, outro das altas esferas do Goldman Sachs, é o atual presidente do Federal Reserve de Nova York.
Mas o caso dos líderes europeus é mais paradigmático. O lugar de honra cabe a Mario Draghi.
O hoje, presidente do Banco Central Europeu, BCE, foi vice-presidente da Goldman Sachs para a Europa entre 2002 e 2005. O título de seu cargo era “empresas e dívidas públicas”. Precisamente nessa cargo, Draghi teve como missão vender o incendiário produto swap. Este instrumento financeiro é chave na ocultação da dívida pública, ou seja, na maquiagem das contas gregas. Foi essa ardilosa armação que permitiu a Grécia se qualificar para fazer parte dos países que entrariam no euro, a moeda única europeia. Tecnicamente, e com o Goldman Sachs como operador, transformou-se a dívida externa da Grécia de dólares para euros.
Com isso, a dívida grega desapareceu dos balanços negativos e Goldman Sachs (GS) levou uma suculenta comissão. Logo depois, em 2006, Goldman Sachs vendeu parte desse pacote de Swaps ao principal banco comercial do país, o National Bank of Greece, liderada por um outro homem da GS, Petros Christodoulos, um ex-corretor da Goldman Sachs e atual diretor do órgão de gestão da dívida da Grécia que ele mesmo e, os citados anteriormente, até então ajudaram esconder.
Mario Draghi tem uma história pesada. O ex-presidente da República Italiana, Francesco Cossiga acusou Draghi de ter favorecido Goldman Sachs na adjudicação de grandes contratos, quando era diretor do Tesouro da Itália e estavam em pleno processo de privatização. A verdade é que agora o diretor do Banco Central Europeu, aparece como o grande vendedor de Swaps em toda a Europa.
Neste emaranhado de falsificações aparece o chefe do Executivo grego, Lucas Papademos. O primeiro-ministro foi o governador do banco central grego entre 1994 e 2002. Esse é precisamente o período em que Sachs foi cúmplice na ocultação da realidade econômica grega. Papademos, responsável pela entidade bancária nacional, não podia ignorar a armação que estava sendo montada. As datas em que ocupou o cargo fazem dele um operador da montagem.
Na lista de notáveis segue Mario Monti. O atual presidente do Conselho italiano foi conselheiro internacional do Goldman Sachs desde 2005.
Em síntese, muitos dos homens que fabricaram o desastre foram chamados agora para tomar as rédeas de postos chaves, com a missão de reparação às custas dos benefícios sociais do povo, conseqüências que eles mesmos criaram.
Não há dúvida de estamos vendo o que os analistas chamam de "um governo Sachs europeu”.
O Português Antonio Borges dirigia até pouco tempo – acaba de renunciar - o Departamento Europeu do Fundo Monetário Internacional. Até 2008, Antonio Borges foi vice-presidente do Goldman Sachs. O sumido Karel Van Miert – Bélgica –, foi comissário europeu da Competividade e também um quadro do Goldman Sachs. O alemão Ottmar Issing foi sucessivamente presidente do Bundesbank, conselheiro internacional do banco de negócios americano e membro do Conselho de Administração do Banco Central Europeu.
Peter O'Neill é outro homem do emaranhado: presidente do Goldman Sachs Asset Management, O'Neill, apelidado de O Guru do Goldman Sachs, é o inventor do conceito Brics, o grupo de países emergentes composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Acompanha O'Neill outro peso pesado, Peter Sutherland, ex-presidente da Goldman Sachs International, membro da seção Europeia da Comissão Trilateral, assim como Lucas Papademos, ex-membro da Comissão de Competividade da União Europeia, fiscal-geral da Irlanda e influente mediador do plano que desembocou no resgate da Irlanda.
Alessio Rastani é que tem toda a razão. Este personagem que se apresentou diante da BBC como um trader disse faz poucas semanas: "Os políticos não governam o mundo. Goldman Sachs governa o mundo". Sua história é exemplar do duplo jogo, como as personalidades e as carreiras dos braços mundiais do Goldman Sachs. Alessio Rastani disse que ele era um trader londrinense, mas logo depois descobriu-se que nada tinha de trader e que fazia parte do Yes Men, um grupo de ativistas que, através da comédia e da infiltração nos meios de comunicação, denunciam o liberalismo.
Ficará para as páginas da história mundial a impunidade desses personagens. Empregados por uma empresa americana, orquestraram uma dos maiores golpes já conhecidos, cujas conseqüências estão sendo pagas hoje. Foram premiados, agora, com o leme da crise, planejada por eles mesmos.
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Veja também:
A NEO-ARISTOCRACIA NO PODER DA NOVA ORDEM MUNDIAL - OLAVO DE CARVALHO
http://holosgaia.blogspot.com/2011/11/os-neo-aristocratas-no-poder-da-nova.htmlTERRORISMO BANCÁRIO
http://videosvitais.blogspot.com/search/label/terrorismo%20banc%C3%A1rio
OLAVO DE CARVALHO - Controle Mundial da Alimentação, Monopólio das Sementes e a Nova Ordem Mundial
http://www.youtube.com/watch?v=FRsgHpv7qLc
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