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quarta-feira, 17 de abril de 2019

A greve dos motoristas - opinião




Renato Teixeira in facebook


Os motoristas exigem um contrato colectivo de trabalho que regule toda a actividade da movimentação de resíduos perigosos em terra, de forma a que não sejam equiparados a motoristas de outras cargas menos exigentes e menos nocivas para quem as transporta. Querem um salário base condigno superior à indignidade dos 630€ que recebem actualmente, acabando assim com os esquemas de camuflagem de ganhos onde só o patrão poupa dinheiro no pagamento de impostos, prejudicando os trabalhadores seja quando estão de baixa seja nas contas da reforma. Querem também que o trabalho extraordinário seja pago como tal, e não mascarado como trabalho normal. A ANTRAM, a associação dos patrões - com a ajuda do governo - prefere castigar todo o país para manter estes trabalhadores reféns de padrões próximos da escravatura, isto num sector com ganhos muito acima da média, cuja importância estratégica não se reflecte no vínculo de quem a garante no chão da estrada.
O governo preferiu a requisição civil a obrigar estes patrões a rever as condições de trabalho de 800 trabalhadores cujas reivindicações ninguém pode contestar. Não estamos perante nenhum lock-out - acusação cretina que apenas serve para defender a geringonça às escondidas - estamos perante exigências que qualquer governo que se diz de esquerda tem obrigação de forçar os patrões a cumprir. Não é surpresa que o Ministro Pedro Siza Vieira - que tanto queria derrotar a luta dos estivadores da #BatalhaDeSetubal com recurso à requisição civil para servir apenas os interesses da Autoeuropa - tenha preferido dar o braço aos patrões da ANTRAM, mas confesso que me espanta que, tal como já aconteceu com os estivadores e os enfermeiros, uma parte da esquerda levante mais dúvidas do que solidariedade, feche os olhos à justiça das reivindicações e use jogos de espelhos seja para defender uma lógica auto-justificativa das suas posições, seja para proteger um governo que não merece qualquer protecção, sobretudo depois de comprometer - veremos no futuro em que escala - o direito à greve.



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