Conheço bem o Panteão, conheço Santa Engrácia, visitei-a algumas vezes e gostei, gosto.
Fiz o serviço militar antes de ser mobilizado em vários quartéis e no estado Maior General das Forças Armadas.
Quando estava livre costumava passear por ali na "feira da ladra" descia até ao Museu Militar e adorava aquela efervescência de vida que me marcaram muito.
Lembro as anedotas sobre Santa Engrácia que pelos anos que demorou a construir eram quase obrigatórias e serviam de comparação a tudo o que não se resolvia, tudo o que tardava em acontecer..
Santa Engrácia e a sua imponência, toda aquela pedra, o mármore, a arte, o silêncio, a solenidade do espaço de quando entramos e nos sentimos pequenos dentro daquela casa construída como imponente igreja, e depois utilizada para guardar os restos dos grandes vultos da nossa cultura e história.
Hoje como em muitos outros exemplos os vendilhões a retalhos, os ignorantes, os que têm muito poder, mas pouco cultos, nada mais fazem do que emporcalhar tudo onde colocam as patas e tal como os porcos de Orwell querem eles lugares de veneração depois de miseravelmente em vida nada fazerem, nada construírem a não ser miséria e injustiças.
Todos querem ombrear com figuras históricas de Portugal e acabamos por ser vítimas do ridículo e do impensável.
Colocar entre paredes históricas, gente pequena, gente que custa a ter lugar na mais vulgar tumba do esquecimento é quase um crime.
É certo que como humanos somos iguais, feitos da mesma matéria, mas ousar confundir gigantes com anões, poetas com gente sem sensibilidade, homens corajosos com covardes é obra que só é possível nos trastes que fazem do dinheiro e do poder, a sua passagem pelo mundo.
António Garrochinho
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