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quinta-feira, 26 de julho de 2018

26 de Julho de 1952: Morre Eva Perón, esposa do então presidente da Argentina.


Eva Duarte Perón, a esposa do presidente argentino Juan Domingo Perón, morre aos 33 anos de cancro. Antiga vedeta da rádio e do teatro, ela tornou-se conhecida pelo seu apoio aos pobres aquando de uma grande manifestação dos “descamisados" em Buenos Aires em 1945. 

Com a chegada ao poder de Perón, ela tornou-se a sua mais próxima colaboradora e o seu carisma desempenhou um papel primordial no sucesso político do marido. Perón viria a cognominá-la com o título de “chefe espiritual da nação”. 

Quando a rádio anunciou a morte de Evita, os argentinos em transe desceram às ruas em massa para manifestar sua dor.

Embalsamado, o seu corpo ficou exposto à visita pública até que, durante o golpe de Estado que derrubou Perón em 1955, o seu cadáver foi roubado e enterrado em Milão, Itália. Dezasseis anos mais tarde, em 1971, o corpo foi exumado e transladado para Espanha. 

Ali foi entregue ao ex-presidente Perón, que vivia exilado em Madrid. O médico argentino que embalsamou Evita revelou que fora um trabalho perfeito, uma vez que, Evita parecia "uma boneca" devido à sua baixa estatura, pele alva e vestido de cetim branco.

Uma das principais figuras do movimento peronista, Eva Perón, ou simplesmente Evita, como ficou conhecida, conquistou os argentinos com a sua política populista, que viam nela a esperança para os necessitados. 

Filha mais nova de um grande proprietário de terras, Juan Duarte, e da sua sua amante, Juana Ibarguren, Eva Maria Ibarguren, de seu verdadeiro nome, nasceu no dia 7 de Maio de 1919, na pequena cidade de Los Toldos.

Após passar a infância na cidade natal, onde ela e os seus quatro irmãos sofreram por serem filhos ilegítimos, Evita, aos 11 anos, mudou-se com a família para Junín, na província de Buenos Aires, onde, apesar do preconceito, as suas irmãs conseguiram fazer bons casamentos e progrediram na sociedade. Quatro anos depois, foi sozinha para Buenos Aires para tentar alcançar o estrelato.

Só, sem recursos e com pouca instrução, Eva Perón passou por muitas dificuldades até chegar a ser uma actriz de certo renome na rádio, onde participava num programa de muita audiência e fazia algumas peças de teatro. Em 1944, durante uma campanha de socorro às vítimas do terramoto de San Juan, ela conheceu Juan Domingo Perón, que, aos 48 anos, se encantou com aquela jovem de 24 anos e cabelos ainda escuros.

Rapidamente o romance entre os dois tornou-se público, já que Perón, na época à frente do Ministério do Trabalho, gostava de chocar os seus correligionários e amigos ao apresentá-la de maneira formal como sua amante. 

Após pintar os cabelos de loiro para um filme, Evita falsificou os seus documentos, transformando-se em Maria Eva Duarte, nascida em Junín, em 1923, para poder casar-se legalmente com o coronel Perón numa cerimónia intima e para poucos amigos.

Após a sua forte actuação na campanha presidencial, que levou Perón ao poder em Fevereiro de 1946, Eva foi convidada para uma viagem a Itália, França, Espanha e Suíça, onde passou três meses e retornou com um novo guarda-roupa repleto de roupas de grandes costureiros. Um artigo publicado na revista Life, em 1950,  que mostrava os seus inúmeros armários com joias, peles, sapatos e vestidos de grandes estilistas causou espanto na comunidade internacional.

No papel de primeira-dama, Evita desenvolveu um trabalho intenso a nível político, criando o Partido Peronista Feminino e dando direito de voto às mulheres em 1947. 

Ao mesmo tempo, a nível social, desenvolveu a Fundação Eva Perón, onde trabalhava mais de 18 horas por dia distribuindo alimentos, roupas, construindo hospitais, escolas, lares para mães solteiras e asilos para idosos. Apesar de ter ganho a simpatia da classe menos favorecida da população, Evita era severamente atacada pela oposição, que transferiu para ela a antipatia e a rejeição que sentiam por Perón.

Impulsionada pelas massas para candidatar-se à vice-presidente, Evita -que se encontrava doente em consequência de um cancro diagnosticado em 1946, mas que não foi tratado- negou o pedido dizendo que o seu "humilde coração de mulher Argentina" a impedia de assumir tal cargo.

Após vários meses de sofrimento, Eva Perón faleceu no dia 26 de Julho de 1952, com apenas 33 anos. A sua morte causou uma comoção nacional sem precedentes na história da Argentina. 

O seu velório durou 14 dias, sendo acompanhado por milhares de argentinos que se comprimiriam nas ruas e avenidas de Buenos Aires para se despedir da "mãe dos descamisados". 


Fontes: Opera Mundi
wikipedia (imagens)

Eva e Juan Perón  casaram-se  em  1945
  
Retrato oficial de  Juan Domingo Perón e Evita,  da autoria de Numa Ayrinhac em 1948.
Eva discursando em público

1 comentário:

Adérito disse...

Em Fevereiro de 1946, Eva foi convidada para uma viagem a Itália, França, Espanha e Suíça. E em Portugal, onde o Salazar e o Carmona lhes beijaram o cu.