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quinta-feira, 1 de março de 2018

A história inacreditável da menina de 11 anos que sobreviveu ao massacre de toda a sua família em um veleiro


A história inacreditável da menina de 11 anos que sobreviveu ao massacre de toda a sua família em um veleiro
Em 8 de novembro de 1961, os cinco membros da família Duperrault embarcaram no veleiro Bluebelle para iniciar a viagem que tanto tinham planejado. Pela frente, uma semana experimentando a vida no mar. Arthur Duperrault comentou a seus parentes dias antes qual era a ideia da família. O homem, um bem sucedido empresário, tinha o dinheiro suficiente para deixar tudo e viver um ano com o resto da família navegando pelo mundo. No entanto, os Duperrault jamais regressaram daquela semana de teste.

A história inacreditável da menina de 11 anos que sobreviveu ao assassinato de toda a sua família em um veleiro
Arthur pensou que o melhor era começar com uma primeira viagem de prova, durante uma semana navegando para comprovar como era a vida no mar e, se tudo saísse conforme o planejado, poderiam prolongar o ano de férias. A família decidiu começar a aventura em pleno inverno em Wisconsin, de onde eram naturais. Desta forma, o pai, sua esposa, Jean, seu filho, Brian (de 14 anos), e as filhas Terry Jo (de 11), e René (de sete), dirigiram-se às Bahamas a bordo de um veleiro alugado, o Bluebelle.
A história inacreditável da menina de 11 anos que sobreviveu ao assassinato de toda a sua família em um veleiro
Os Duperrault.
Os Duperrault contrataram Julian Harvey, um ex-piloto da Força Aérea e um experimentado marinheiro para capitanear o barco. A esposa de Harvey, Dene, se uniria ao grupo mais tarde.

Com tudo pronto, a tripulação do Bluebelle zarpou na manhã do 8 de novembro. O Capitão Harvey levou o barco para fora do berço navegando pela corrente do Golfo, passando entre a Flórida e Bahamas. Durante os seguintes quatro dias, Harvey navegou o Bluebelle para o leste, em direção à pequena cadeia de ilhas de Bimini, para depois ir a Sandy Point, uma pequena aldeia no extremo sudoeste da ilha Ábaco.

Neste lugar o grupo passou a semana mergulhando e passeando pelas praias, um meio idílico, até que chegou a hora de regressar. Antes, Arthur esteve com Roderick Pinder, o homem de Sandy Point encarregado de aprovar os formulários para sair das Bahamas e voltar aos Estados Unidos. Arthur chegou a comentar que "voltariam antes do Natal".
A história inacreditável da menina de 11 anos que sobreviveu ao assassinato de toda a sua família em um veleiro
O Bluebelle.
Essa noite, todos jantaram no Bluebelle. Seria a última refeição para quase todos eles e a anfitriã foi Dene, a mulher de Harvey que se uniu ao grupo em Sandy Point.

Pouco antes da meia-noite, Terry Jo foi para baixo do convés a seu dormitório, a menina tinha uma espécie de pequena barraca na parte traseira do barco. Pelo geral, René dormia ali também, mas essa noite sua irmã pequena seguia com seus pais e seu irmão no convés da cabine.

Quando chegou a meia noite, Terry Jo acordou com os gritos de seu irmão:

- "Socorro, papai! Socorro!" A menina também escutou alguns ruídos de passos muito rápidos, como se alguém estivesse correndo. Depois, silêncio absoluto. A pequena ficou imóvel em sua cama tremendo, desorientada e aterrorizada, não sabia o que devia fazer.
A história inacreditável da menina de 11 anos que sobreviveu ao assassinato de toda a sua família em um veleiro
Julian Harvey.
Depois de cinco minutos, talvez mais um pouquinho, Terry Jo saiu discretamente de seu quarto. Tão logo saiu viu sua mãe e seu irmão largados em uma poça de sangue na área principal do camarote, uma área que funcionava como cozinha e copa durante o dia e se transformava em dormitório pela noite. A menina soube no instante que ambos estavam mortos.

Lentamente, subiu as escadas e colocou a cabeça pela escotilha. Ali viu mais sangue acumulado na parte detrás da cabine e um arma pungente, provavelmente uma faca. Terry Jo subiu ao convés e virou-se para a parte dianteira do barco. De repente, o capitão Harvey lançou-se sobre ela e a empurrou escadas abaixo. Com o coração batendo a mil por hora, Terry Jo desviou a mirada dos corpos de sua mãe e seu irmão, e voltou correndo a seu dormitório para se esconder na barraca.

Ali, tremendo de medo, começou a escutar um barulho estranho. Em pouco tempo, a água começou a entrar em sua cabine e cobriu o piso. Terry Jo deu-se conta de que o barco estava afundando, mas tinha medo de se mover. Nesse momento, a pequena escutou um ruído, virou a cabeça e viu a sombra do capitão na porta. O homem olhava-a fixamente e tinha algo entre as mãos, parecia um rifle.

Alguns segundos depois, o homem deu meia volta e subiu ao convés. Com a água chegando à parte superior de seu colchão, a menina sabia que devia sair dali ou morreria. Caminhando com a água na altura de sua cintura, subiu à parte de cima de novo. Não viu o capitão, mas devido a luz de um farol sobre o mastro principal da embarcação observou que o barco salva-vidas de borracha estava flutuando.

De repente, Harvey apareceu por trás e disse que o barco se está afundando. Assinalou o pequeno bote e a pequena subiu enquanto deixava que a corda que o mantinha unido com o veleiro se soltasse. O bote afastou-se lentamente enquanto o Bluebelle afundava. Harvey saltou pela borda e inclusive Terry Jo viu o homem nadar atrás do salva-vidas enquanto desaparecia na noite.

Assim começou uma odisseia de quatro dias onde a pequena Terry Jo, sem saber muito bem que tipo de horror tinha levado até aquela situação, se manteve aferrada a um flutuador sem tirar os olhos do horizonte, temerosa de que o capitão a espreitasse.

Não tinha água, nem comida, e a roupa que usava não ia protegê-la do frio da noite. À manhã seguinte, uma segunda-feira, a pequena contou que o sol surgiu forte secando seu corpo. No entanto, logo razoou que suporia um perigo maior. À medida que avançava o dia, a temperatura subiu rapidamente, e o sol começou a queimá-la.

Não só isso, o flutuador também começou a desmantelar, expondo suas pernas e pés que já não podiam ficar na água. A cada hora que passava, sua língua se tornava mais seca. Ainda assim, a pequena recordou não ter especial apetite ou sede.

No segundo dia, um pequeno avião vermelho sobrevoou em círculos. A jovem olhou e agitou os braços, o avião passou diretamente sobre ela, mas em um ângulo que tornava impossível que os pilotos a vissem. A verdade é que as possibilidades de que alguém em um barco ou avião que passasse descobrisse a Terry Jo eram cada vez mais escassas.
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Terry Jo quando foi encontrada.
O terceiro dia amanheceu brilhante e claro, voltava a fazer muito calor. Todos seus músculos doíam. A pele estava completamente queimada, seus lábios estavam inchados, e mal sentia seu corpo. As poucas forças que restavam eram utilizadas para manter o equilíbrio nas bordas do flutuador instável, já que grande parte do mesmo estava destruído.

A pequena começou a ter alucinações, imaginando uma pequena ilha deserta com uma única palmeira solitária. De fato, creu vê-la de frente e tratou de remar para ela. Alguns minutos depois, Terry Jo caiu inconsciente.

No quarto dia a menina não sentia os raios do sol. Com poucas esperanças de viver, no meio manhã levantou os olhos e divisou uma grande sombra junto a um rugido. Quando levantou os olhos, viu cabeças e pessoas agitando os braços. Podia ouvir vozes que gritavam. Finalmente, vários braços levantaram-na lentamente enquanto voltava a cair inconsciente.
A história inacreditável da menina de 11 anos que sobreviveu ao assassinato de toda a sua família em um veleiro
O resgate da menina.
Quando Julian Harvey foi contratado como capitão do Bluebelle, a família não sabia muito sobre sua vida anterior. O homem era tenente coronel aposentado da Força Aérea, casado com Mary Dene Jordan, uma aspirante a escritora e ex-aeromoça. No dia após que o Bluebelle afundou, um petroleiro com destino a Porto Rico viu um pequeno bote de madeira flutuando no meio do Canal de Providence.

Quando o capitão se aproximou viu um homem no bote que gritava. Identificou-se como Julian Harvey, capitão do Bluebelle. Nos dias que seguiram, Harvey explicou que ele foi o único sobrevivente de um grave acidente. O homem contou que no meio da noite anterior, uma tempestade repentina danificou o veleiro.
A história inacreditável da menina de 11 anos que sobreviveu ao assassinato de toda a sua família em um veleiro
Terry Jo enquanto se recuperava.
Segundo ele, sua esposa e os Duperraults foram golpeados pelos mastros. O gás na sala de máquinas vazou e o barco incendiou-se enquanto afundava lentamente. Harvey disse que tinha conseguido lançar o bote e a balsa e se atirou pela borda, mas o incêndio acabou atingindo todos os demais a bordo.

Alguns dias mais tarde, enquanto estava se recuperando em um hotel, Harvey ouviu no rádio que Terry Jo tinha sobrevivido. No dia seguinte, uma criada do estabelecimento viu sangue nos lençóis do quarto Harvey. A mulher não conseguiu abrir a porta do banheiro e chamou a polícia. Forçaram a porta e encontraram o corpo ensanguentado e sem vida de Harvey no solo, tinha se suicidado.
A história inacreditável da menina de 11 anos que sobreviveu ao assassinato de toda a sua família em um veleiro
O flutuador que salvou a vida da garota.
Esta é parte do relato que Terry Jo contou através de seu livro "Alone: Orphaned on the Ocean" 50 anos após o episódio. Uma semana após seu resgate, as autoridades interrogaram Terry Jo na cama de hospital. Sua história atirava por terra o relato de Harvey.

Ao que parece, sua família, junto com Dene Harvey, foram assassinados a bordo do Bluebelle por Julian Harvey. A polícia suspeitou que Harvey matou sua esposa para receber o dinheiro de seguro de vida, e esta teoria sugere que Duperrault surpreendeu Harvey no ato, o que provocou os outros assassinatos.
A história inacreditável da menina de 11 anos que sobreviveu ao assassinato de toda a sua família em um veleiro
Terry Jo hoje em dia.
57 anos já se passaram desde aquele terrível episódio e Terry Jo não fica um dia sem se perguntar: - "Por que Harvey não acabou com minha vida naquele dia?".
Fonte: Reader Digest.


www.mdig.com.br

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