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domingo, 21 de maio de 2017

VESTI-ME DE PRETO



Durante a sua primeira conferência de imprensa realizada no passado dia 17, em Escambron, Oscar López Rivera explicou por que se vestiu de preto no dia em que oficialmente foi libertado depois de 35 anos e 8 meses de prisão nos Estados Unidos.
Perguntado por que se vestia de negro e o dia da libertação, disse que durante os anos em que esteve na prisão, nunca pode usar luto quando entes queridos morreram.
Referiu que no dia da sua libertação se comemorou o Dia Internacional Contra a Homofobia e a Transfobia, e expressou a sua solidariedade para com essa comunidade.
Expressou ainda solidariedade com o Black Lives Matter (BLM) movimento internacional, oriundo da comunidade afro-americana, que luta contra a violência e o racismo sistémico contra os negros. O BLM realiza regularmente protestos contra a matança policial de pessoas negras e questões mais amplas de perfil racial, brutalidade policial e desigualdade racial no sistema de justiça criminal dos Estados Unidos.
Salientou que a sua mensagem era, e será de amor, não de ódio ou de medo.
Expressou solidariedade para com os presos políticos nas prisões dos EUA e a Ana Belén Montes, portorriquenha, que trabalhava nos serviços de informação dos EUA, que foi presa em 2001 e condenada no ano seguinte a 25 anos de prisão e mais 5 de liberdade vigiada por espionagem a favor de Cuba.
Enviou ainda a sua solidariedade aos estudantes da Universidade de Puerto Rico.
E concluiu:” Viva a luta por um mundo melhor e mais justo!”
No início de Fevereiro a administração norte-americana, por se aproximar a data da sua libertação, transferiu-o para uma cadeia no Porto Rico.
Mas a questão da independência desta colónia dos EUA marca passo na ONU há muito. Face a isto, em 2011, a Frente Socialista de Porto Rico denunciou “a criação de um grupo especial do FBI para perseguir e deter os lutadores políticos, classificando-os numa nova categoria de terroristas domésticos, a qual permite às agências repressivas federais dos Estados Unidos violarem os nossos direitos e utilizar todos os recursos para perseguir os independentistas”.
O Comité da ONU discutiu um projeto de resolução, apresentado pela Bolívia, Equador, Nicarágua e Venezuela. O projeto salientava a urgência em o governo norte-americano assumir a sua responsabilidade de propiciar um processo que permita aos porto-riquenhos exercer o seu direito inalienável à autodeterminação.
Porto Rico esteve sob colonização espanhola durante cerca de 400 anos. Em 1898, o exército dos EUA invadiu a ilha durante a chamada Guerra Hispano-Cubano-Americana e o território passou a ser colónia norte-americana. Desde então, os porto-riquenhos têm nacionalidade norte-americana. Desde 1952, Porto Rico tem o estatuto de Estado Livre Associado. Até aos dias de hoje, a sua população luta pela total desvinculação dos Estados Unidos, mesmo sofrendo a intimidação e a repressão.
O líder independentista foi preso e condenado pelo delito de sedição, pois era membro das Forças Armadas de Libertação Nacional (FALN). Também foi acusado pelo ataque à bombas ao famoso restaurante Fraunces Tavern, em Nova York. Porém Rivera negou sua participação nesse atentado e tem garantido que não tem sangue nas mãos. As penas a que foi condenado somavam 70 anos.

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