O secretário-geral do PCP disse, sábado, que uma resposta plena aos problemas do país "continua condicionada pelo limitado alcance" das opções do Governo, considerando que nas questões mais estruturantes e fundamentais o PS segue uma política de direita.
"É uma preocupação e uma inquietação que não podemos deixar de manifestar. São cada vez mais patentes as contradições na evolução desta nova fase da vida nacional e que, a manterem-se, inviabilizarão um verdadeiro processo de recuperação do país e o seu desenvolvimento", disse Jerónimo de Sousa durante a sua intervenção na apresentação dos candidatos autárquicos no concelho de Silves, no Algarve.
Segundo o secretário-geral do PCP, as contradições "têm reflexos cada vez mais evidentes nas decisões que se impunham, para dar novos e mais decisivos passos na reposição de direitos e rendimentos dos trabalhadores e para a concretização de novos avanços na solução dos problemas nacionais".
"É uma evidência nas orientações e objetivos definidos nos programas de Estabilidade e Nacional de Reformas que o Governo minoritário do PS aprovou e apresentou em Bruxelas", destacou.
Jerónimo de Sousa afirmou que o PCP vai continuar a lutar por mais direitos e rendimentos para os trabalhadores, cuja solução depende de outra política ao serviço do povo e do país: "Uma política centrada no desenvolvimento dos setores produtivos e que permita uma crescente substituição das importações por produção nacional e que aposte na modernização da indústria, com produtos de elevado valor acrescentado e elevada incorporação da componente nacional".
Segundo o líder comunista, a resposta aos problemas sociais do desemprego, precariedade e dos baixos salários "passa por uma política verdadeiramente alternativa, patriótica e de esquerda".
"Há muito a fazer. Não podemos exultar pelo que foi conseguido, porque estamos ainda longe de repor condições de vida perdidas nos últimos anos, só porque no último trimestre crescemos 2,8%", recordou.
Para o líder comunista, o "otimismo exagerado do primeiro-ministro e o otimismo moderado do Presidente da República sobre o crescimento não chegam para resolver os problemas".
"Os resultados não estão solidamente sustentados numa trajetória de crescimento económico, liberto dos constrangimentos que se colocam à soberania nacional e que têm condicionado, bloqueado e feito retroceder a economia nacional, anos a fio", sublinhou.
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