O resultado das lutas realizadas em 2017 terá um papel fundamental no futuro do Brasil. Há um enorme descontentamento e indignação na grande maioria da população contra o governo Temer, que se manifesta nas ruas, estádios de futebol, shows artísticos e que se condensou na greve geral de 28 de Abril. A luta de massas será decisiva. Portanto, depositar esperanças nas eleições de 2018 ou numa volta de Lula à presidência seria um erro grave. Os 13 anos de governos petistas já nos ensinaram o que não devemos repetir.
A Justiça no Brasil tem lado e, na grande maioria das vezes, esteve ao lado dos poderosos. No caso específico de Curitiba, entendemos que o juiz Sergio Moro age de forma parcial. Enquanto o Michel Temer, grande parte de seus ministros e parcela expressiva da Câmara e do Senado, estão envolvidos com a corrupção, o juiz monta esse espetáculo midiático como se Lula fosse o único responsável pela corrupção no Brasil. Por que não realiza o mesmo espetáculo com Aécio Neves, os ministros de Temer e os parlamentares corruptos? Para os amigos a justiça, para os inimigos, a lei.
Vivemos uma das mais graves crises de nossa história. Combina uma das maiores recessões desde a década de 30, uma crise social com mais de 14 milhões de desempregados, uma crise política profunda, o fim de um longo ciclo que se iniciou em 1978, com a greve da Scania, e fechou com o impeachment e a abertura de um novo ciclo que se iniciou embrionariamente com as jornadas de junho de 2013. O fim desse ciclo marcou também a derrota da política de conciliação de classes e a emergência de um governo puro sangue da burguesia e do imperialismo, que vem realizando um brutal ataque contra os trabalhadores, a juventude e o povo pobre dos bairros. Em contrapartida, há um enorme descontentamento e indignação na grande maioria da população contra esse governo, que se manifesta nas ruas, estádios de futebol, shows artísticos e que se condensou na greve geral de 28 de abril. Portanto, há um processo de lutas sociais em marcha e o centro de nossos esforços deverá continuar no sentido da organização e mobilização dos trabalhadores, da juventude e do povo pobre dos bairros, até a queda do governo usurpador. Isso significar ampliar as lutas nas ruas, nos locais de trabalho, moradia e estudo. O resultado das lutas que realizarmos em 2017 terá um papel fundamental no futuro do País. Portanto, depositar esperanças nas eleições de 2018 ou numa volta de Lula à presidência é um erro grave. Os 13 anos de governo petistas já nos ensinaram o que não devemos repetir. Um eventual governo Lula seria ainda pior que o realizado no passado, com mais frustrações para os trabalhadores e a juventude. A aposta deve ser feita na luta de massas, na mudança da correlação de forças, na derrubada do governo, com a colocação dos corruptos na cadeia, confisco de seus bens e a conquista de um governo que seja baseado nos interesses populares.
*Economista, professor universitário e secretário geral do PCB
www.odiario.info
Sem comentários:
Enviar um comentário