Fotografia © Artur Machado / Global Imagens
Ex-primeiro ministro,
preso em Évora,
considera que a
investigação da
"Operação Marquês"
tem avançado por "fezada".
"Ao fim destes longos nove meses, creio que é tempo de todos tirarem uma conclusão: fui preso sem que existissem quaisquer provas contra mim.
A interpretação mais benigna, embora ainda assim intolerável, é a de que me prenderam "para investigar". Mas há outra.
À medida que o tempo passa cresce a legítima suspeita de que este processo tem como verdadeira motivação condicionar as próximas eleições e impedir a vitória do PS.
Acontece que isso não compete à justiça, mas à política". É esta a acusação que José Sócrates, preso preventivamente no processo "Operação Marquês, lança numa nova declaração pública sobre o processo em que está envolvido.
A interpretação mais benigna, embora ainda assim intolerável, é a de que me prenderam "para investigar". Mas há outra.
À medida que o tempo passa cresce a legítima suspeita de que este processo tem como verdadeira motivação condicionar as próximas eleições e impedir a vitória do PS.
Acontece que isso não compete à justiça, mas à política". É esta a acusação que José Sócrates, preso preventivamente no processo "Operação Marquês, lança numa nova declaração pública sobre o processo em que está envolvido.
No texto, cuja versão integral será publicada quinta-feira pelo Jornal de Notícias, o ex-primeiro ministro, suspeito dos crimes de corrupção passiva, fraude fiscal e branqueamento de capitais, afirma ainda que tem perdido vários recursos devido à "tolerância" que os tribunais superiores têm dado ao procurador Rosário Teixeira e ao juiz de instrução Carlos Alexandre.
"É como se o princípio in dubeo pro reu [em caso de dúvida absolva-se o réu] se tivesse invertido"
diz Sócrates, considerando que "magistrados dos tribunais superiores" que validaram a sua prisão preventiva, "face ao que está em jogo", tendem "a conceder à investigação uma tolerância inadmissível num processo justo".
Em concreto, critica ser suspeito de corrupção praticada alternativamente em Portugal, Angola, Venezuela, "talvez na Argélia" e "de novo em Portugal mas no Algarve (oscilando aqui entre o PROTAL, umas operações urbanísticas nunca identificadas do Empreendimento de Vale de Lobo e um empréstimo concedido pela Caixa Geral de Depósitos, a que sou totalmente alheio) e, ao que parece, está agora em trânsito para o Brasil".
"Já 'acreditaram' também que ela aconteceu nas PPP rodoviárias, na Parque Escolar, no T.G.V. e até no Aeroporto que nunca foi feito, embora sem nunca esclarecer com que intervenção minha nem indicar em concreto o acto que consideram ilícito.
Finalmente e sempre segundo a 'fezada' da investigação, o 'agente corruptor' começou por ser o conjunto das empresas do Engº Carlos Santos Silva, a seguir foi o Grupo Lena, mas evoluiu depois, sem pestanejar, para promotores turísticos e imobiliários com interesses no Algarve, explorando agora novas oportunidades no filão do mercado brasileiro", enumera Sócrates, concluindo que "este enorme desnorte da investigação revela é que todo este processo foi, desde o início, uma enorme precipitação e uma incrível leviandade".
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