Num compartimento do comboio da Beira seguiam, numa bela tarde de Verão uma casal de namorados, um respeitável senhor dos seus 70 e tal e um rapazola em finais da adolescência.
A certa altura, aproxima-se um túnel daqueles em que nem sempre ligam as luzes do comboio e cada um dos passageiros tem um pensamento diferente.
O rapazola pensava: «Que belo beijo pregava nesta moça se as luzes do comboio não se acenderem!...»
A rapariga pensava: «Este rapaz está com vontade de se meter comigo no túnel, mas não há problema porque o meu namorado defende-me!»
O namorado da rapariga pensava: Este tratante está desejoso de se mandar à minha namorada, mas eu sei que, se ele tentar, ela sabe defender-se!»
O senhor pensava muito simplesmente: «Ou muito me engano, ou vai sair merda!»
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O comboio entra no túnel, as luzes não se acendem e, ato contínuo, ouve-se o repenicar de um beijo e, logo de seguida, um estalo.
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À saída do túnel, cada um dos passageiros volta aos seus pensamentos.
A rapariga: «Como eu pensava, o gandulo pregou-me um beijo, mas o meu namorado deu-lhe um estalo!»
O namorado: «Aquele anormal atreveu-se a espetar um beijo na minha namorada, mas ela, como eu esperava, pregou-lhe uma chapada!»
O velho senhor, muito enervado: «Eu não disse que ia sair merda?!»
O rapazola, entusiasmado: «Eh pá, isto correu melhor do que eu pensava! Dei um beijo na miúda e uma estalada no velho!!!»

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