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domingo, 31 de agosto de 2014

AFINAL… Se formos por esse país fora, a cada cidade, vila, freguesia e lugar, apagar os sinais, documentos e símbolos do que foi a História de Portugal…

AFINAL…
Se formos por esse país fora, a cada cidade, vila, freguesia e lugar, apagar os sinais, documentos e símbolos do que foi a História de Portugal… a única coisa que se consegue com esse gesto, é contribuir ainda mais para a (já tão vasta) ignorância dos jovens actuais e das gerações vindouras sobre a nossa História, o papel que Portugal teve no mundo (independentemente do que se pensa sobre esse papel) e das raízes que nos sustentam enquanto povo e dos actos que nos trouxeram até aqui, actos que, desejavelmente, são as lições para fazermos o caminho em frente.
Não! Se formos apagar os sinais, desmantelar os monumentos, apear as estátuas e esconder os livros… Portugal não deixará de ter sido o que foi. Para além de se perderem as referências a tudo o que se fez de bom. não se apagarão por milagre as falsas descobertas de territórios já habitados, cujos povos foram dominados pela força bruta, mortos aos milhares, ora directamente pelas armas, ora pelas doenças que lhes levámos e que não estavam preparados para enfrentar. Não se reverterá o comércio de escravos. Não se reverterá ou roubo sistemático e continuado de fortunas em ouro, destinadas a abrilhantar o ego de "nobres" imbecis, em Lisboa, Porto e arredores. Não se reverterá a Guerra Colonial e os seus milhares de mortos de jovens de cá e de lá.
É o que eu penso. Até sobre o salazarismo e a ditadura, História que gostaria de ver mais estudada, denunciada e entendida, do que sonegada e banida das conversas. Tivesse Salazar morrido vinte ou mais anos antes da Revolução de Abril, revolução que encontrou a grande maioria das vítimas do salazarismo ainda viva e activa… e hoje seria apenas uma figura histórica. Com lugar garantido nos monumentos e placas toponímicas… mas não deixando, por isso, de ser conhecido como o assassino e imenso canalha que foi… a par com tantas outras figuras da nossa História que, em tantos casos, não foram menos canalhas e assassinos que Salazar… e ainda assim, passeiam os seus nomes e bustos por centenas e centenas de ruas e praças do nosso país.
Alguém deveria ter ensinado isto ao pobre do Sá Fernandes, o "Zé que faz falta" (nunca descobri a quem!) para o infeliz não ter feito a triste figura que fez nesta história dos brasões coloniais da Praça do Império. Provavelmente, o próprio nome "Praça do Império" teria sido uma boa pista para o homem não fazer figura de urso.
Alguém deveria ensinar-lhe, também, que tinha várias saídas para a sua burrada:
1. Insistir na sua opinião, sempre e convictamente… mesmo que democraticamente derrotado por uma decisão colectiva contrária.
2. Declarar ter mudado de opinião, perante os argumentos contrários, que não tinha avaliado correctamente.
… e por aí adiante.
Escolheu a pior! "Ah… perceberam mal… afinal eu queria era restaurar os brasões… que era para ficarem melhorzinhos… e tal…
“Não faz sentido estarmos a gastar dinheiro a recuperar símbolos que já não existem”, declarou. Já esta quarta-feira, o seu assessor havia explicado ao Observador que, atualmente, “os brasões não existem”, pelo que, na leitura daquela vereação camarária, “há uma recuperação do património, não uma destruição”.

Samuel Quedas

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