Conversas de café, eleitores... e decotes (*)
No café, o meu amigo espantava-se algo indignadamente pelo facto, para ele inexplicável e inaceitável, de os eleitores, seres supostamente dotados de discernimento e capacidade de análise das várias propostas eleitorais que, eleição a eleição (e entre eleições), os vários partidos e movimentos põe em cima da mesa, acabarem por, ao longo de décadas terem vindo sempre a deixar-se enganar por campanhas demagógicas e promessas vistosas, acabando por votar sempre nos mesmos. Diga-se... que no essencial das políticas, parece até ser sempre o mesmo.
Como a minha formação até aos 14 anos de idade foi toda construída em bases bíblicas, mesmo depois do abandono da religião, ficou-me um certo gosto pelas parábolas. Lá lhe fui “contando” uma...
Certo dia, um cidadão que dispunha de algum dinheiro e três candidatas para se casar, decidiu escolher desta maneira: entregou uma boa maquia em notas, igualmente dividida por cada uma, e disse-lhes para gastarem o dinheiro livremente.
A primeira, foi a um centro comercial e gastou todo o dinheiro em prendas para si. Uma ida a um SPA, perfumes, roupas, sapatos...
- Foi para ficar mais bonita para ti, porque te amo – disse ela.
A segunda, foi a um centro comercial e gastou todo o dinheiro em prendas para ele. Uma playstation, uma televisão enorme, vários dvd de filmes de acção, camisola da Selecção...
- Foi para te ver feliz, porque te amo – disse ela.
A terceira foi aplicar o dinheiro em títulos e numa semana duplicou o capital, devolveu o dinheiro namorado e, só então, foi gastar o seu dinheiro como quis.
- Foi para não te dar despesa, porque te amo – disse ela.
O homem pensou...
pensou...
pensou...
pensou...
pensou...
pensou...
(os homens pensam muito)
pensou...
pensou...
pensou...
pensou...
pensou...
(os homens pensam mesmo muito)
pensou...
pensou...
pensou...
pensou...
... e casou com a que tinha as mamas maiores.
Os homens fazem de conta que pensam muito... mas acabam sempre por escolher da mesma maneira!
* Não estou seguro de que a imagem lá em cima seja bem de um decote... mas não tive tempo para procurar uma melhor. Também não sei se o meu amigo apanhou a ligação desta parábola com as escolhas dos eleitores... mas para quem há tanto tempo não pratica a arte das parábolas... foi o que se arranjou!
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