No dia 24 de Março de 1882, o médico e microbiologista alemão Robert Koch anuncia ao Instituto de Fisiologia de Berlim uma descoberta que, anos depois, mudaria os rumos da história da ciência: o bacilo da tuberculose. Tratava-se de uma experiência científica capaz de demonstrar o carácter contagioso daquilo que então se considerava o “mal do século”.
“Em função das minhas inúmeras observações, considero provado que em todos os casos de tuberculose, em pessoas e animais, são encontrados o que chamei de bacilo da tuberculose. Um microorganismo que, por meio das suas características peculiares, diferencia-se de todas as outras bactérias conhecidas”, anunciava Koch, durante uma palestra no Instituo de Fisiologia de Berlim.
Por meio do telégrafo, a notícia percorreu o mundo. A imprensa anunciava que a causa da tuberculose fora descoberta por um médico chamado Robert Koch. Foi necessário, porém, esperar até 18 de Julho de 1921 – 39 anos após o anúncio de Koch – para ver a tuberculose recuar verdadeiramente com o fabrico da vacina BCG – vacina do Bacilo de Calmette e Guérin.
Foi Koch, na época com 38 anos, que baptizou o causador da tuberculose como “bacilo da tuberculose”. Na época, além do facto de ser maligna e infecciosa, não se sabia muito mais sobre a doença, também conhecida como tísica pulmonar, capaz de matar um paciente em poucas semanas. Outros sofriam durante anos antes de falecer.
Trabalhando com técnicas de coloração, Koch procurava tornar visível o que ninguém havia conseguido até então. Inicialmente encontrou bacilos finos em forma de bastão com sinuosidades e, finalmente, descobriu que aquela cultura, criada fora dos hospedeiros, era a responsável pela tuberculose.
Em viagem ao Egipto e à Índia, nos anos seguintes, o médico descobriu também o Vibrio cholerae, agente da cólera. Em 1885, fundou a cátedra de higiene na Universidade de Berlim e, entre 1891 e 1904, foi director do Instituto Real Prussiano para Doenças Infecciosas, designado actualmente de Robert Koch Institut. Na década de 1890, organizou uma expedição a vários países para estudar a transmissão da malária. Pesquisou várias outras doenças que acometem o homem e os animais, entre elas a hanseníase, a peste bovina, a peste bubónica e a doença do sono.
Cinco anos após ter recebido o Prémio Nobel de Medicina, morre em Baden-Baden, no dia 27 de Maio de 1910.
Robert Koch (terceiro, da direita para a esquerda) na expedição médica alemã ao Egipto, para estudar a epidemia de cólera (1884)
Robert Koch em 1900
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