O QUE FAZEM AS GUEIXAS DO SOCRATISMO?
Citam, conspiram, branqueiam, festejam antecipadamente o caos e a dança macabra que poderá advir às praças, avenidas, ruas e betesgas de Portugal. A revolta deles é toda contra o terem sido apeados e afastados da propriedade privativa do Estado de todos os deleites exclusivistas para eles, afastado Sócrates da sua Sanita de Sonho. Outra revolta completamente diferente e legítima é a que poderá florir no meu País espezinhado, nascida de outra amargura infinitamente mais legítima e verdadeira. A amargura de quem trabalha e empobrece no processo que se não trabalhasse, retrocedendo à fome e às privações mais terceiro-mundistas; a amargura do desemprego inapelável. Se a rua estalar, não terá gordos e velhos privilegiados que choram por perdas que uma maioria de excluídos nunca poderá chorar. A sementeira dos que nada têm a perder cresce e estalará na rua com mais desnorte, com mais sangue, com mais morte que qualquer Grécia ou Londres ou Paris, simplesmente porque a nossa panela vem acumulando a pressão de todos as traições, de todos os egoísmos, do máximo de egoísmo, cada qual por si e Deus, se existir para os LGBT, por quem calhar. Em alternativa, trabalhar. Cumprir cada qual o seu dever de lutar, não lutando, de revoltar-se, não se revoltando: passeatas e mariscadas fleumáticas não são luta. Luta é resistir num posto de trabalho tremido. Luta é ir para Paris limpar latrinas. Luta é deixar o carro em casa e ir a pé. Luta é mudar de ares e dar por terminada a aventura portuguesa em Portugal. África, Timor, Brasil, qualquer coisa menos este sepulcro de velhos, esta via sacra de esquecidos e solitários, jardim de infelizes, dos mais esquecidos, solitários e velhos infelizes do Universo. Estejam atentos às Gueixas de Sócrates, ainda espuma, ainda envenenam, ainda estrebucham nas suas luras de covardia e absoluta desonestidade.
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