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terça-feira, 15 de novembro de 2011


O Penico
(Não sou poeta, nem tenho pretensões. O que está em baixo, não passa de uma brincadeira.)

Não sabia como foi antes
e não se lembrava de nada para trás.
Até ao dia,
em que deslizava pela casa,
despida, fazendo loucas corridas.
Estas eram feitas, sempre
sentado, num bacio de esmalte,
 agarrado ao rabiote, no chão.

Pouco mais que um bebé.
Eram horas assim, esquecido…
Só aquela máquina de costura -
veio a saber mais tarde,
não parava.
Ao pé daquilo que ainda
não tinha nome para ele,
via a mãe; o trem perseverante,
 sincopado, estava ali ao pé dela e
ressoava por toda a casa.

Após as corridas,
 nada mais havia por fazer.
Cansado, adormecia
sentado no penico, ao som
ritmado e murmurante daquela máquina.

Não se lembra de mais nada.
O que é que comia, quem lhe
 dava o sustento.
Até, porventura, se havia que comer.

Ah! Lembrava-se agora também
de alguém lhe ter dito,
que rompeu o penico, de tanta
correria pela casa.

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