CANSEI-ME...
Cansei-me de pedir-te ao tempo irado…
Cansei-me de chamar-te e, se chamei,
Foi soprando as palavras que nem sei
Se o tempo alguma vez terá usado…
Chegaste, enfim, mas longe do cuidado
De cuidares deste quanto me cansei,
Quiseste impor-me o esforço de outra lei
No corpo de um poema emancipado
Não terei, hoje, a força de mudar-te
E escrever-te é melhor que desprezar-te
Depois de tanto inútil chamamento
Mas há-de vir o dia em que chamar-te
Não mais será preciso e completar-te
Terá a rapidez do próprio vento…
Maria João Brito de Sousa
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