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domingo, 31 de maio de 2020

Morte de George Floyd fecha 25 cidades. Mayor de Chicago tem recado para Trump: "São duas palavras, que começam por 'f' e acabam em ' you'"


Pelo menos oito estados acionaram a Guarda Nacional dos EUA e 16 tiveram cidades a impor, na madrugada deste domingo, a ordem de recolher obrigatório para tentarem travar os protestos contra a violência policial que matou George Floyd, um cidadão afro-americano. Milhares de americanos manifestaram-se nas ruas pelo quinto dia consecutivo. Em Los Angeles e Nova Iorque houve carros da polícia incendiados. Donald Trump voltou a falar para condenar os protestos e a mayor de Chicago reagiu: "Vou codificar o que realmente quero dizer. São duas palavras, que começam por 'f' e acabam em ' you'"



Donald Trump chamou “bandidos” aos manifestantes que saíram à rua em protesto pela brutalidade da morte de George Floyd, pela polícia de Minneapolis
CARLOS BARRIA
Na madrugada deste domingo, nos EUA, pelo menos oito estados decidiram acionar a Guarda Nacional do país para tentarem deter os protestos nas ruas contra a violência policial que levou à morte de George Floyd, que já se verificaram em, pelo menos, 30 cidades do país. A ordem de recolher obrigatório (curfew) também foi imposta em mais de 15 de estados. Registaram-se protestos, vigílias ou ajuntamentos em 39 dos 50 que perfazem os EUA.
Na famosa Union Square, em Nova Iorque, dois carros da polícia foram incendiados, como comprovou e fotografou um repórter da "Al Jazeera" presente no local. Enquanto isso, Donald Trump recorria à sua rede social preferida. "Deixem o melhor de Nova Iorque ser o melhor de Nova Iorque", escreveu no Twitter, utilizando a expressão "New York's Finest", usada tipicamente para descrever a polícia da cidade - "não há ninguém melhor, mas têm de poder fazer o seu trabalho", acrescentou.
Em Nashville, no estado do Tennessee, a polícia local disparou balas de borrachas contra os manifestantes para os dispersar, noticiou a "NBC News".
O estado da Georgia foi dos primeiros a decretar a ordem de recolher obrigatório, que vigorará da noite deste sábado até à manhã de domingo.
Em Atlanta, onde se registaram confrontos entre manifestantes e agentes da polícia diante da sede da CNN, a mayor, Keischa Lance Bottoms, justificou a decisão com a violência da noite anterior. "É uma medida extrema", admitiu, horas depois do governador do estado, Brian Kemp, ter declarado estado de emergência.
Outras cidades também decidiram ordenar um recolher obrigatório: Filadélfia e Pittsburg (Pensilvânia), Los Angeles (Califórnia), Seattle (Washington), Cleveland (Ohio), Rochester (Nova Iorque), Miami (Flórida), Milwaukee (Wiscounsin) ou Chicago (Illinois).
Ao todo, contabilizou a "CNN", serão pelo menos 25 cidades espalhadas por 16 estados, uma delas Minneapolis (Minnesota), cidade onde George Floyd morreu, os protestos eclodiram primeiro e o mayor, Jacob Frey, pediu às pessoas que permanecessem em casa.

ABUSO DE FORÇA POLICIAL, MORTE, PROTESTOS E VIOLÊNCIA

Aconteceu na segunda-feira, 25 de maio. Um agente da polícia de Minnesota prendeu a respiração a George Floyd durante cerca de oito minutos, pressionando-lhe o pescoço contra o chão, com um joelho, sem o atender ao seu pedido para o largar. "I can't breathe", disse, repetidamente. Não conseguia respirar. Foi ouvido e visto num vídeo gravado por um telemóvel. Tinha 46 anos.
Derek Chauvin, o agente da polícia que manteve o joelho contra o pescoço de George Floyd, apenas foi detido na sexta-feira, tendo já sido acusado de homicídio em terceiro grau. Alegadamente, Chauvin terá agido contra Floyd por este ter tentado usar uma nota falsificada de 20 dólares. No histórico do agente contavam-se 17 queixas, tendo 16 sido arquivadas. Em 2006, atirou a matar contra um suspeito.
Os protestos deste sábado repetiram a revolta e a tensão das quatro noites anteriores: em Los Angeles, por exemplo, houve três carros da polícia incendiados, reportou a "NBC"; em Nova Iorque, segundo a "Bloomberg", os manifestantes dirigiram-se a uma esquadra, bloqueando as ruas e confrontaram a polícia, acabando com algumas detenções; em Atlanta, viram-se conflitos entre manifestantes e agentes da polícia diante da sede da CNN, que ficou danificada; em Washington, milhares de pessoas juntaram-se diante da Casa Branca.
expresso.pt

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