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domingo, 15 de maio de 2011

No dia em que as notícias se concentram na alegada agressão sexual de Dominique Strauss Kahn, director geral do FMI e favorito às próximas presidenciais em França, vale a pena assinalar a celebração, na semana passada, dos trinta da subida ao poder do PSF - clip e imagens

Domingo, 15 de Maio de 2011

O canto do cisne da social-democracia


No dia em que as notícias se concentram na alegada agressão sexual de Dominique Strauss Kahn, director geral do FMI e favorito às próximas presidenciais em França, vale a pena assinalar a celebração, na semana passada, dos trinta da subida ao poder do PSF, em aliança com o Partido Comunista e os Radicais de Esquerda. Esta foi a última vez que um programa de esquerda, progressista, em “ruptura com o capitalismo”, ganhou umas eleições na Europa. As últimas eleições celebradas nas ruas com uma imensa mobilização popular (foto acima). Este programa envolveu uma resposta à crise estrutural de então, que passou por nacionalizações, aumento do salário mínimo, redução para 39 horas da semana laboral, forte controlo do sector financeiro, imposição de um imposto sobre as grandes fortunas, etc. A este programa económico somaram-se medidas tão importantes como o fim da pena de morte ou a regularização de imigrantes ilegais.
Esta foi, todavia, uma experiência breve. A subida ao poder da coligação coincidiu com a extraordinária subida da taxa de juros norte americana (chegando quase a 20%) o que causou um profunda recessão mundial que afectou a França (a chegada do FMI a Portugal nesta altura também não é coincidência). O resultado foi uma viragem de 180º da política do governo francês, comandada por Jacques Delors, rendendo-se ao neoliberalismo então reinante. Os comunistas saíram do governo em 1984, colapsando nas eleições subsequentes. Em 1986, a CEE faz a sua própria viragem neoliberal, através do Acto Único Europeu.

Este breve período deixou, no entanto, lastro histórico. Não só no campo das conquistas sociais, como também no espectro político francês. Uma experiência com muitas lições para quem pretende a convergência das esquerdas.


A celebração dos trinta anos da vitória da esquerda juntou, novamente, milhares de pessoas na Bastilha.

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